Dúvidas Religiosas

Por que não celebramos festas de santos aos domingos? Entenda

Escrito por Luciana Gianesini

29 SET 2024 - 13H43 (Atualizada em 29 SET 2024 - 13H55)

godongphoto/ Shutterstock

A liturgia católica possui uma estrutura bem definida, que busca respeitar a centralidade do domingo, o dia da ressurreição de Cristo. Quando festas de santos caem em domingos, a Igreja geralmente não as celebra de forma litúrgica, priorizando a celebração do próprio domingo.

Por exemplo, a Festa dos Santos Arcanjos, que ocorre em 29 de setembro, pode, em algumas circunstâncias, ser uma festa não celebrada quando coincide com um domingo. A razão para isso reside no princípio de que “o domingo, dia da ressurreição do Senhor, deve ser sempre considerado como o dia por excelência da comunidade cristã, um dia de alegria e de louvor” (cf. Sacrosanctum Concilium, 106).

O Calendário Litúrgico estabelece que a solenidade do domingo não pode ser suprimida por outras festas, a fim de preservar a sua importância. Isso é refletido em documentos da Igreja, como na Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), que afirma: “Se uma festa de um santo ou de uma santa cai em um domingo, ela não deve ser celebrada neste dia (IGMR, 59).

Leia MaisPor que não se celebra nenhum santo durante a Semana Maior?Por que São José é celebrado em duas datas diferentes?Por que a Páscoa é a principal festa cristã?Em quais dias é obrigatório participar da Santa Missa?Assim, ao não celebrar festas de santos em domingos, a Igreja reafirma o primado da Eucaristia e a centralidade do mistério pascal, que é o coração da vida cristã. Isso garante que a liturgia dominical permaneça focada na ressurreição e na comunhão dos fiéis.

Mas, sim, há exceções. Quando uma festa de um santo é de grande importância, como as festividades marianas, pode ser celebrada mesmo que caia em um domingo. Um exemplo disso é a festa da Assunção de Nossa Senhora, que, se cair em um domingo, pode ser celebrada como solenidade.

Além disso, algumas festas podem ser transferidas para o dia seguinte ou para o domingo subsequente, conforme as orientações do calendário litúrgico. Um exemplo dessas situações é o Dia do Padre, celebrado, em geral, no dia 04 de agosto, memória de São João Maria Vianney, que no Brasil é transferida para o primeiro domingo do mês de agosto, seja ele dia 04 ou não.

Em resumo, a prática de não celebrar festas de santos que coincidem com domingos reflete a intenção da Igreja de manter a dignidade e a solenidade do dia do Senhor, conforme orientações do Magistério e a tradição litúrgica.

Fonte: Sacrosanctum Concilium, IGMR

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