Para compreendermos a razão do nascimento e da ressureição de Jesus terem ocorrido no período da noite e não durante o dia, basta voltarmos os nossos olhos para o que falam Santo Agostinho e as Sagradas Escrituras:
“Esse é o motivo pelo qual o Senhor quis ressuscitar de noite, conforme declara o Apóstolo: ‘Deus que disse: Em meio às trevas brilhe a luz! Foi ele mesmo quem reluziu em nossos corações‘" (II Cor 4, 6).
"Quis Ele simbolizar esse brilhar da luz em meio às trevas ao nascer de noite e, igualmente, ressuscitar de noite. É Cristo a luz que surge das trevas; Ele, nascido dos judeus, de quem foi dito: ‘Comparei vossa mãe com a noite‘" (Os 4, 5).
"Mas em meio desse povo, mesmo pertencendo àquela noite, a Virgem Maria não foi noite, e sim, de certo modo, uma estrela na noite. Por isso, o seu parto foi assinalado pela estrela que conduziu de uma longínqua noite os magos do Oriente, a fim de adorarem a Luz, de modo que, também neles, se cumprisse o dito: ‘Brilhe a luz em meio às trevas‘".
A ressurreição e o nascimento de Cristo estão concordes: tal como naquele sepulcro novo onde não foi posto ninguém, nem antes nem depois d’Ele, tampouco no seio virginal de Maria foi concebido mortal algum, nem antes nem depois”. (Santo Agostinho, Sermão 223D, 2)
Toda a vida de Jesus, desde Seu nascimento à Sua Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão, se confirma nas Sagradas Escrituras.
Da mesma forma que Seu Nascimento e Ressurreição trouxeram luz ao que antes eram trevas, a Morte de Jesus trouxe a escuridão, conforme lemos em Mateus 27, 45-50:
"Do meio-dia às três horas da tarde, as trevas envolveram toda a terra. E, pelas três da tarde, Jesus deu um grande grito: 'Eli, Eli, lema sabacthani!'. Isto quer dizer: 'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?' Alguns dos que ali se achavam disseram, ao ouvi-lo: “Está chamando Elias”. E logo um deles correu, pegou uma esponja, embebeu-a em vinagre, fixou-a na ponta de uma vara e deu-lhe de beber. Mas os outros disseram: “Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo”. E Jesus, tornando a dar um grande grito, entregou o espírito".
Assim, também se confirma o que Ele mesmo nos diz:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida”. (João 8,12)
Padre José Ulysses da Silva, missionário redentorista e diretor da Academia Marial de Aparecida, explica símbolos e aspectos do Tempo Pascal:
* Colaborou com este artigo Luciana Gianesini, revisora e editora de conteúdo do Portal A12
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