Leia MaisO que você sabe sobre o casamento como vocação?O que o casamento representa para a Igreja Católica?Atualmente, vemos de forma mais contínua na sociedade a normalização de “tirar férias do casamento” ou dar “um tempo” na relação. Perante as dificuldades e atritos, essas opções podem parecer uma saída possível.
Para o professor e padre Rafael Fornasier, pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família - seção brasileira, que já atuou também como assessor da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, a distância pode ser devidamente considerada em apenas um caso.
“Pode-se pensar que, para evitar uma separação repentina e abrupta, caso a decisão já tenha sido formulada por um dos cônjuges, e tendo esgotado todas as outras possibilidades de reconciliação e diálogo, a proposta de uma separação de corpos temporária, com prazo definido de reavaliação da relação, é algo que pode ser avaliado, no campo do discernimento feito pelo casal em diálogo com um sacerdote, diácono ou leigo experiente no aconselhamento conjugal.“, explica o padre sobre esta escolha, que deve ser feita com acompanhamento, como o mesmo indicou.
A partir disso, compreendemos que em todas as demais situações, o diálogo sempre será mais forte e construtivo do que a distância, seja ela física, mental ou espiritual, pois o casal já não é mais constituído por duas pessoas, o matrimônio as torna apenas uma.
Como surge a ideia de se distanciar do parceiro(a)?
A terapeuta familiar e embaixadora da ONG FamilyTalks, que atua em pautas específicas em defesa das famílias, Aline Cantarelli, explica o porquê essa ideia pode surgir.
“O que estrutura ideia de dar um tempo no relacionamento?(...) é sinal de que a gente só quer a pessoa que a gente elegeu amar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, enfim, por todos os dias da nossa vida, no momento em que ela nos é conveniente.”, aborda a terapeuta sobre o utilitarismo que motiva essa ação.
Ela ainda trata sobre a questão, exemplificando que muitas dessas pessoas enxergam o outro como coisas ou serviços, pensando sempre em como o outro pode ser útil para elas.
“Esse é um caminho muito perigoso, porque esse caminho nos afasta da lógica central do amor”, explica Aline.
A partir disso, é possível superar essas questões e seguir em frente com seu parceiro ou parceira?
Para a terapeuta, a verdadeira questão é entender se o amor é verdadeiro ou superficial, é nesta resposta que se encontra a solução.
“É absolutamente possível que a gente tenha um momento de muita frieza, muita ausência no casamento e a gente consiga esquentar isso de novo, basta que alguém decida amar primeiro, eu sempre digo isso. (...) quando há uma entrega real de alguém por amor, o outro é tocado. Eu sempre digo que é impossível um coração que não se derreta, mais cedo ou mais tarde, diante de um amor verdadeiro.”, conclui Aline sobre a possibilidade do amor vencer a dificuldade.
Dicas do que fazer para superar a situação
O tempo do namoro é o momento para conhecer o outro, compreender os seus anseios, necessidades e dificuldades perante a vida, e definir se seguirão juntos para o matrimônio.
Por isso, ao se tornarem apenas um, ao firmarem o compromisso diante de Deus, é necessário lembrar-se sempre do que os uniu: o amor que os atingiu, o que brilhou os olhos ao conhecer o parceiro, o que na dificuldade se mostrou consolo.
Entre as dicas que a terapeuta Aline compartilhou, estão o realinhamento de planos, ouvir verdadeiramente o outro e o diálogo e a compreensão sobre a situação.
Pe. Rafael também compartilha uma importante sugestão.
“Certamente que não há receita mágica para cada casal, assim como não há receita mágica para a educação dos filhos na família. Pode-se partir daquilo que é o chamado de todo cristão católico: procurar viver a experiência pessoal e familiar de fé por meio dos sacramentos, em particular da celebração da Eucaristia, da oração pessoal e familiar, da escuta e meditação da Palavra de Deus, do serviço ao próximo, enfim, por meio de tudo que a Igreja propõe aos cristãos para a sua santificação pessoal e comunitária.”, divide o padre.
Como citado acima, na Igreja existem diferentes iniciativas para ajudar nesta realidade, diversos grupos e movimentos das comunidades estão à disposição para colaborar e, junto de Deus, encontrarem a solução para os problemas, como encontro de casais e o movimento de famílias da Renovação Carismática, além do próprio trabalho da Pastoral Familiar.
Pastoral Familiar
A Pastoral Familiar também é um local seguro para ser aconselhado e ultrapassar dificuldades em seu casamento. Ela acompanha os casais que passam por este atrito e proporciona momentos de oração, formação, escuta, discernimento e acompanhamento e aconselhamento conjugal e familiar.
Tatiana e Ronoaldo são casados e juntos são os responsáveis pelo setor pós-matrimonial da Pastoral Familiar, um segmento que, como o nome já diz, visa ajudar casais que já receberam o sacramento do matrimônio.
“O sacramento tem uma graça que lhe é própria, então é muito importante que o casal sempre se lembre de recorrer a essa graça, a presença do Espírito Santo que nos une e que cria, que aperta, os laços que fazem a comunhão do homem e da mulher. Esse é o foco principal da Pastoral Familiar, que está espalhada pelo Brasil inteiro em diversas Paróquias, justamente para auxiliar nesses momentos e na manutenção do vínculo matrimonial. Então casais ajudando outros casais, testemunhando com as suas vidas que são limitadas, falhas, mas que tem esse auxílio da graça sobrenatural.”, explica Tatiana sobre a ajuda prestada pela Pastoral.
Seu marido, Ronoaldo, explica que eles abordam tanto questões enfrentadas por casais mais jovens, como tempo no celular e em redes sociais, que podem prejudicar a relação por consumir muito tempo com estes itens ao invés de dedicar este tempo para o outro, quanto temas que casais de maior idade enfrentam.
Dentre os temas discutidos, Ronaldo exemplifica alguns que trazem para conversa. “Como separar a vida profissional, como separar tempo para vida familiar, o diálogo, a vida de oração e todas essas questões que ajudam o casal, conhecendo um ao outro, conhecendo as características do outro, para poder fortalecer o relacionamento.”.
Independentemente da forma que você escolher enfrentar as dificuldades, coloque sempre Deus no centro de suas ações, pois desta forma você estará assegurado em suas ações e pensamentos, de forma que o diálogo sempre terá espaço em sua relação e a fé sempre será partilhada com seu companheiro.
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