Há pouco, celebramos a festa de São Martinho de Tours. Você sabia que ele é conhecido por ser o primeiro santo que, não tendo sido martirizado, foi venerado pela Igreja (lá no século IV)? Obviamente isto exclui Nossa Senhora, São José e São João Apóstolo, de quem sabemos não terem sido requeridos pelos carrascos a dar testemunho da sua fé dessa forma. Mas pensemos neste aspecto: para o cristianismo primitivo, seguir a Jesus estava vinculado à disponibilidade a morrer por conta dessa fé. Que grande testemunho! (Aliás, o termo mártir, que vem do grego, significa testemunha).
Assim, todos os demais santos até o século IV, e, neste sentido, pensemos nos demais apóstolos, nas corajosas romanas que cultuamos ainda hoje numa das orações eucarísticas (Inês, Cecília, Agatha, Luzia), em idosos como Policarpo, que disse a seus algozes que, sendo já velho, não rejeitaria a fé só para viver mais um pouco (a lista seria muito longa para continuar citando); todos eles selaram seu seguimento de Jesus com o próprio sangue.
Leia Mais O que fazer com as imagens quebradas de Santos?O culto das imagens Isso tudo para observar o seguinte: O culto aos santos no início da Igreja foi o de celebrar a Eucaristia sobre seus túmulos. Quer dizer, aquela comunidade que recebia o corpo do seu irmão não ficava triste e assustada, mas celebrava que aquele seu irmão (e, na verdade, com ele) perseverou na fé até o final, se uniu à Páscoa de Cristo através da sua própria morte.
Com o tempo, conforme o culto transcendia os conhecidos deles, a comunidade que acompanhou suas vidas (e mortes), foi se "estilizando" o contato com estes heróis da fé. Assim, cada santo podia ser venerado representado junto das armas que o martirizaram (como André apóstolo, representado com a cruz com a qual seguiu seu amigo Jesus até a morte), ou de imagens que expressavam quem eram (como Inês, em latim Agnes, que se entregou como um manso cordeiro, em latim Agnus; representada junto a um cordeiro), ou com episódios emblemáticos do seu amor por Jesus (como o próprio Martinho de Tours, representado no episódio da juventude na qual divide seu manto com um pobre).
Como entender então o culto aos santos?
A Lumen Gentium (nº 51) se refere a esta "venerável fé dos nossos maiores acerca da nossa união vital com os irmãos que já estão na glória celeste" explicando que "o verdadeiro culto dos santos" se manifesta "na intensidade do nosso amor efetivo, pelo qual, para maior bem nosso e da Igreja, procuramos «na vida dos santos um exemplo, na comunhão com eles uma participação, e na sua intercessão uma ajuda»".
Considerado o lugar do culto aos santos na vida da Igreja, a dimensão pessoal da fé, e a história dos primeiros séculos da Igreja, vemos que os objetos que acompanham (e muitas vezes ajudam a identificar) os santos, expressam de forma muito plástica o próprio caminho de comunhão com Deus e o convite a fazer o nosso próprio caminho, o que deixa a pergunta:
No futuro, na medida que deixemos a graça de Deus nos santificar, qual seria o objeto que expressaria o percurso da nossa amizade com Jesus?
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