Um importante autor católico faz uma leitura interessante da parábola de Jesus sobre a ovelha perdida. Interpreta que a ovelha perdida não é tanto a representação de um indivíduo perdido, mas da humanidade como um todo, que precisa ser encontrada.
O gênero humano é buscado pelo Bom Pastor para ser restaurado junto das demais criaturas. Assim, falar em salvação não é falar num bem reservado a uns quantos predestinados. No coração do Bom Pastor existe um desejo universal de salvação.
Sendo assim, como entender a fórmula “fora da Igreja não há salvação”?
Leia MaisPor que não devemos acreditar em almas penadas e fantasmas?O Catecismo (nº 846) oferece um primeiro ponto de aproximação, "formulada de modo positivo, significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça pela Igreja que é o seu Corpo". A universalidade da obra salvífica de Cristo não significa diluir a obra realizada por Ele.
Nesse sentido:
"Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação.
O único mediador e caminho de salvação é Cristo, que se faz presente em seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma porta'."
Quer dizer, o mistério da Páscoa de Cristo, através da qual o homem retorna à comunhão divina, por vontade de Deus passa através da Igreja. Igreja que, na Tradição, é entendida como verdadeiro Corpo de Cristo. Igreja que, como Corpo do Salvador universal, pode, misteriosamente, se estender além dos limites que chegamos a perceber no seu ministério ordinário.
Assim, explica ainda o Catecismo (nº 847):
"Também podem conseguir a salvação eterna aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo e a sua Igreja, no entanto procuram Deus com um coração sincero e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a Sua vontade conhecida através do que a consciência lhes dita".
Isto não significa que a Igreja não tenha um papel na salvação destas pessoas. Na verdade, indica o oposto: é através dos méritos salvíficos de Cristo, comunicados aos homens através da Igreja - seu Corpo -, que a salvação é entregue como um verdadeiro dom, inclusive àqueles que ignoram a origem de tão precioso dom.
O Catecismo (nº 848) acrescenta um detalhe importante:
"Deus pode, por caminhos Dele conhecidos, levar à fé todos os homens que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho. Pois 'sem a fé é impossível agradar-lhe' (Hb 11,6). Mesmo assim, cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar' todos os homens."
Leia MaisO que a Igreja diz sobre cremação?Dessa forma, vemos que a salvação é um dom de origem divina, que é comunicada aos homens através da Igreja, que é realmente o Corpo do qual Cristo é a Cabeça.
Isto não exclui aqueles que, sem culpa, ignoram o Evangelho, mas também não significa que os cristãos não devam mais evangelizar, pois, para acolher dom tão grande, é necessária uma abertura toda particular pela qual Deus possa realmente habitar o coração do homem ferido pelo pecado, algo muito difícil para quem não conta com o imenso dom da Revelação divina.
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