Em um mundo que anda apressado, onde a agitação é quase uma regra, a virtude da paciência se torna cada vez mais rara e valiosa. A rapidez e fugacidade da vida moderna, nos faz querer tudo para já e, quando algo não acontece conforme o esperado, a impaciência e o estresse surgem, afetando o equilíbrio das relações.
Na vida de um casal, a paciência é necessária para construir uma relação que saiba suportar as dificuldades da vida, aceitando com humildade aquilo que sai de nossas mãos e aprendendo a amar nos desafios de cada dia.
Nesta reflexão, vamos entender o que é a paciência e por que é importante cultivá-la
A paciência é a capacidade de manter a serenidade diante de situações fora do nosso controle ou que não atendem às nossas expectativas imediatas. Esta virtude nos capacita a suportar as contrariedades sem esmorecer. Aquele que a possui não foge do sofrimento, antes dá sentido a ele e se fortalece com ele, tendo os olhos postos em Cristo, modelo de Paciência.
O Papa Francisco nos fala que, para o cristão, a paciência não é só uma necessidade e sim uma vocação: Recordemos, porém, que a paciência não é apenas uma necessidade, é uma vocação: se Cristo é paciente, o cristão é chamado a ser paciente.
E isto faz-nos ir contra a corrente em relação à mentalidade generalizada de hoje, na qual dominam a pressa e o “tudo já”; na qual, em vez de esperar que as situações amadureçam, pressionam-se as pessoas, esperando que mudem instantaneamente.
Não esqueçamos que a pressa e a impaciência são inimigas da vida espiritual. Por quê? Deus é amor, e quem ama não se cansa, não é irascível, não impõe ultimatos, Deus é paciente, Deus sabe esperar.
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Partindo do que o Papa nos diz, a paciência, na vida a dois, permite que os cônjuges trabalhem juntos, compreendam suas próprias debilidades e superem com calma os desafios, cultivando um relacionamento mais profundo e estável. Esta virtude afasta do casal uma atitude controladora e imediatista e faz com que cada um aprenda e conviva com seus erros e falhas.
A paciência é fruto do amor e Jesus nos mostra como viver esta virtude de maneira exemplar, pois durante sua Paixão, Ele suportou os insultos, flagelações e, finalmente, a morte na cruz por amor a cada um de nós.
São Paulo, em seu belo “Hino à Caridade” (1 Cor 13, 4-7), une estreitamente amor e paciência, dizendo que o amor é paciente. Esse amor paciente de Deus, que é “lento para a ira” (cf. Êx 34, 6), é um modelo para os casais cristãos.
Então, inspirados pelo amor paciente de Deus, os esposos devem aprender a ir contra a corrente da pressa moderna, esperando que as situações e as pessoas amadureçam com o tempo.
A paciência, fruto do amor, vai ser a base para cultivar uma relação duradoura e madura. Que a vivência desta virtude, nos caminhos de cada dia, seja um fundamento onde se consolide um amor forte que consegue superar as contrariedades da vida.
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