Em 1998, São João Paulo II apresentou ao mundo a encíclica Fides et Ratio, um dos documentos mais importantes de seu pontificado, onde ele fala da relação entre fé e razão. O Papa demonstrou uma profunda preocupação com o fato de que, em um mundo moderno e secularizado, muitos tendiam a separar essas duas dimensões, como se fossem opostas.
Para João Paulo II, no entanto, a fé cristã é, e deve ser, racional, exigindo reflexão, estudo e um constante processo de amadurecimento intelectual e espiritual.
Logo no início da encíclica, o Papa nos oferece uma imagem simbólica para entender a complementaridade entre fé e razão: “A fé e a razão são como as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (Fides et Ratio, n. 1). Aqui, ele deixa claro que fé e razão não apenas coexistem, mas se complementam, ajudando o ser humano a alcançar a verdade em sua plenitude.
No entanto, João Paulo II também expressa sua preocupação com uma fé que não busca o entendimento. Ele alertou para os perigos de uma fé imatura, ou seja, uma fé que não reflete sobre o conteúdo em que crê, que pode facilmente degenerar em superstição ou fideísmo (a crença sem uso da razão). No número 72 da encíclica, ele afirma: “Uma fé que não pensa ou reflete não é uma fé autêntica.” Essa afirmação é um chamado a cultivar uma fé intelectualmente forte, que esteja preparada para dialogar com as grandes questões da vida e do mundo em que vivemos.
Para o Papa, a fé deve ser acompanhada pela busca constante da verdade, e essa busca é uma tarefa que exige tanto o coração quanto a mente. No número 42 da encíclica, ele escreve: “O ato de fé tem uma natureza profundamente racional. Na verdade, é a razão do homem que induz a vontade a consentir com a fé.”
A preocupação de São João Paulo II também vai além do âmbito individual. Ele entende que a crise de uma fé sem maturidade intelectual afeta a sociedade como um todo. Em um mundo muitas vezes marcado pelo relativismo e pela desvalorização da verdade, João Paulo II insiste que “A busca da verdade não se opõe à fé. Ao contrário, a fé sem a razão tende a transformar-se num fideísmo e a razão sem a fé cai no racionalismo” (Fides et Ratio, n. 72).
Além disso, ele enfatiza a importância do estudo da filosofia no desenvolvimento de uma fé madura, seguindo a tradição de grandes pensadores cristãos, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, que souberam unir a fé com o pensamento filosófico.
João Paulo II nos convida a refletir sobre o papel da razão em sua caminhada de fé e nos deixa um apelo: é preciso cultivar uma fé que se abra à razão. Não devemos temer o uso da razão em nossa caminhada espiritual, pois, como nos lembra o Papa, a fé e a razão são as asas que nos elevam à verdade plena.
Que as palavras de João Paulo II, nos ajudem a aprofundar em como nós vivemos a relação entre fé e razão em nossa própria experiência espiritual.
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