“Pois bem, a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá, sua dileta plantação” (Is 5,7).
Durante esses últimos domingos, a liturgia mostra diversas parábolas que Jesus utiliza para comunicar Seus ensinamentos de uma forma simples e direta.
Leia MaisAs parábolas de Jesus: O filho que diz sim ao Pai As parábolas de Jesus: O devedor cruelNosso Senhor usava figuras que seus ouvintes entendiam como a vinha, por exemplo, uma realidade que muito comum no Seu tempo e uma atividade no campo executada pelas famílias, inclusive as mais simples.
Da vinha o agricultor consegue a uva, mas também o vinho: alimento e bebida que sustentavam as famílias e alegrava o coração de todos.
Como mostramos neste versículo, a vinha passou a simbolizar o comportamento e fidelidade a Deus do povo de Israel, pois exigia muito cuidado e dedicação, e na hora da colheita todo o esforço valia a pena. Mas o profeta Isaías disse que apesar de toda dedicação do seu proprietário, no final, ela produziu somente frutos amargos que não serviam para nada.
Na parábola que Jesus conta no Evangelho de Mateus (21,33-43), detalhes chamam a atenção dos seus ouvintes, pois todos certamente, conheciam a história do profeta. O dono da vinha resolveu transferi-la para outras pessoas para que esses trabalhassem e a fizessem produzir frutos.
O proprietário foi exigir a sua parte na produção, pois essa era a forma de se pagar a vinha ou o terreno transferido. Mas os encarregados foram maltratados, humilhados e alguns pagaram com suas vidas e nada conseguiram levar para o dono. Mesmo com toda a violência, o dono insistiu em enviar mais funcionários para realizar a cobrança, mas também foram agredidos e mortos novamente pelos lavradores.
"Finalmente, enviou seu filho, pensando: ‘A meu filho eles vão respeitar’. Mas os lavradores, quando viram o filho, disseram uns aos outros: ‘É o herdeiro, vamos matá-lo e ficar com sua herança’" (Mt 21, 37-38)
A parábola de Jesus relata que o proprietário da vinha manda seu próprio filho, sozinho e desarmado para tentar receber a parte devida no contrato. Os vinhateiros maus reconhecem o filho como herdeiro e, movidos pela cobiça, resolvem executá-lo para tomar posse definitiva daquilo que não lhes pertencia.
E se você está lembrando do próprio Jesus, sim! O final da vida do Senhor foi idêntico ao do filho da parábola.
O que nós aprendemos com a parábola?
Quando Cristo fala, os ouvintes provavelmente entenderiam essa história se referindo ao relacionamento de Deus com um povo teimoso e rebelde. Esta parábola fala conosco também hoje. Primeiro, a respeito da generosidade de Deus, que confia em nós o suficiente para nos dar liberdade para conduzir a vida como quisermos.
Essa parábola também fala da paciência e da justiça de Deus. Muitas vezes Ele perdoa as dívidas dos inquilinos. Mas enquanto os inquilinos se aproveitam da paciência do proprietário, seu julgamento prevalece no final.
A vinha no ensinamento de Jesus continua sendo o povo de Deus, mas com uma grande e nova realidade. Esse povo produz frutos de acordo com a vontade de Deus, mas estava sendo explorado pelos sacerdotes e anciãos que agiam como posseiros da Vinha do Senhor, do povo de Deus.
Não queriam dar a parte que cabia a Deus, desejavam ter tudo somente para uso deles. Deus Pai, verdadeiro dono da Vinha, tinha tentado tocar o coração deles através dos profetas, mas nada conseguiu. Jesus era a última chance que o Verdadeiro Proprietário do povo estava dando aos sacerdotes e dirigentes do povo.
A parábola foi contada por Jesus quando Ele estava no lugar mais sagrado dos judeus: o Templo de Jerusalém, e pede para os próprios fariseus darem uma decisão sobre os maus vinhateiros, e eles falaram que deveriam ser executados de uma forma horrível e a vinha repassada a outros, e Cristo contraria a opinião dos sacerdotes, pois Deus não é vingativo, mas justo!
"Por isso vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e dado a um povo que o fará produzir seus frutos" (Mt 21, 43)
O Reino de Deus foi entregue a nós, para que possamos dar bons frutos, não só materialmente, mas na qualidade de vida humana e espiritual com santidade e justiça. Como você pode acompanhar aqui no A12, Cristo é a pedra que os construtores rejeitaram, mas tornou-se a pedra angular, isto é, a pedra central da nossa fé. Desse modo, Jesus Cristo lembra que o fruto que Ele quer receber das nossas mãos é a vivência do amor que nos faz ser testemunhas de que o Pai preparou o mundo para todos nós.
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