A cátedra, na Igreja Católica, é o assento que pertence ao Bispo daquela diocese. Ela representa a autoridade daquele que é chamado a ser o pastor dessa parcela do rebanho do povo de Deus.
Por extensão, chamamos também de catedrático o professor titular de uma universidade, responsável por coordenar e dirigir as investigações dessa instituição.
Leia MaisHá 1700 anos, acontecia a dedicação da Basílica de LatrãoNos dois casos, a cátedra é um sinal de algo que, hoje em dia, é mal visto em muitas situações. Na nossa cultura, a autoridade e a obediência não parecem estar com a popularidade em alta. Mas será que continuam relevantes?
Chama a atenção que, em algumas passagens do Evangelho, se diz que o ensinamento de Jesus era dado com autoridade. Ele ordenou que os mares se acalmassem, curou muitas pessoas e até perdoou pecados, coisa que só Deus podia fazer.
Jesus mandava que os espíritos imundos saíssem das pessoas e os mandava calar quando gritavam que sabiam sua identidade. Jesus possui autoridade porque Ele é Deus, e não um mero profeta ou a reencarnação de João Batista, como alguns achavam. É uma autoridade legítima, que inspira também uma autêntica obediência.
Tudo bem. É até compreensível que a Jesus lhe devamos obediência, por ser Deus. Mas e aos que não são Deus? Por que obedecer? Hoje celebramos a cátedra de Pedro, o primeiro Papa. Ao Papa, foi entregue a chave do Reino dos Céus, de modo que o que ele ligasse na terra, seria ligado no céu e vice-versa. É sobre essa rocha que está fundada a Igreja de Cristo.
A autoridade que o Papa (hoje, Francisco) possui não lhe é dada por algum humano, mas pelo mesmo Deus. É uma autoridade delegada, mas legitimada pelo Senhor mesmo. E, portanto, também podemos (e devemos) obedecer.
Mas, ainda que entendamos a legitimidade da autoridade, por que nos custa tanto obedecer? Se lembrarmos do pecado original, vamos perceber que nossos primeiros pais foram desobedientes com Deus, e isso lhes valeu a expulsão do Paraíso.
Obedecer a Deus não era um problema, até que a serpente envenenou o coração dos homens com o desejo de serem como Deus, sem Ele. Hoje em dia, vemos a obediência como um cerceamento da nossa liberdade, da mesma forma como viram os nossos primeiros pais a proibição de comer o fruto daquela “árvore do conhecimento”.
Em busca de uma liberdade absoluta, deixamos de lado a verdade que nos é revelada por Deus. Se colocamos a nossa liberdade como um valor mais importante que a Verdade, nunca conseguiremos ser obedientes. Por isso é preciso, antes de tudo, voltar a ser humildes para perceber que não somos capazes de discernir sozinhos o que nos fará realmente livres.
Sem Deus, buscamos a liberdade e nos aprisionamos no pecado. Com Ele, obedientes à sua autoridade e, por extensão, à autoridade que Ele delega aos seus ministros, especialmente o Papa, não somos menos livres; pelo contrário, somos autenticamente livres para viver em plenitude aquilo que significa ser seres humanos.
Maria é, ao mesmo tempo, a pessoa mais livre e mais obediente a Deus. Quanto podemos aprender dela nos dias de hoje! Peçamos que ela nos ajude a viver a autêntica liberdade, sendo verdadeiros filhos obedientes ao Pai que nos ama.
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