Espiritualidade

Como evitar os pecados "de estimação"?

Saiba de que forma a misericórdia de Deus nos faz ser mais fortes contra essas tentações

Escrito por Alberto Andrade

28 MAI 2024 - 11H42 (Atualizada em 28 MAI 2024 - 16H52)

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“Como filhos obedientes, não modeleis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo da vossa ignorância. Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder” (1Pd 1, 14-15)

Assim como está nessa passagem da Primeira Carta de São Pedro, chamamos de “pecados de estimação” estas paixões antigas”, que nos acompanham há anos e caso não peçamos o autodomínio a Deus, estes pecados são alimentados todos os dias e aparentemente ficam “confortáveis” para nós e por vergonha e orgulho, temos a tendência de escondê-los por não conseguirmos nos livrar deles verdadeiramente.

Seus efeitos são devastadores para nosso corpo, nossa alma e também para nossas famílias e relacionamentos. Todo e qualquer pecado pode se tornar um pecado de estimação. Tudo aquilo que é contrário ao caráter de Jesus e à Palavra de Deus, desde pensamentos até ações (fofoca, murmuração, ingratidão, imoralidade sexual, gula, preguiça, egoísmo, orgulho, ciúmes, raiva e palavras de desestímulo, entre outros).

Padre Carlinhos Melo, da Arquidiocese de Aparecida, nos ensina a razão para cairmos sempre nos mesmos pecados.

“Muitas vezes cometemos os mesmos pecados porque eles acabam se tornando um vício. Vicio é a repetição de um ou vários atos contínuos que são males para nossa vida. Nós sabemos que faz mal para nós, mas se tornou um vício. Outras vezes a gente acaba caindo no mesmo pecado porque de alguma forma, aquilo traz uma compensação, vantagem ou prazer que ainda a gente não percebeu que só está nos afundando. Enquanto ato errado, isso ainda está trazendo “algum benefício”, mesmo que lá na frente isso vai fazer um dano grande pra gente vamos nos iludindo, até o dia que a gente cai no fundo do poço e percebe que não dá mais”.

Como não cometer mais esses pecados?

Nossa maior luta será nas maiores características do nosso ser, no que diz respeito ao núcleo íntimo de cada um. É por isso que voltamos à prática do pecado, pois foi afetado um traço da sacra individualidade do ser, está selado em nós e não há como lançar fora o que somos.

Um exemplo disso é se você tem uma grande habilidade de comunicar-se, e ao invés de ser utilizada para levar a Boa Nova, pode ser desenvolvida para a maledicência e aí a queda no pecado “de sempre”.

Catedral São Paulo Apóstolo - Blumenau SC
 Catedral São Paulo Apóstolo - Blumenau SC


A primeira medida é buscar o Sacramento da Reconciliação imediatamente após cometer este pecado
, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica: 

“Sem ser estritamente necessária, a confissão das faltas cotidianas (pecados veniais) é, contudo, vivamente recomendada pela Igreja. Com efeito, a confissão regular dos nossos pecados veniais ajuda-nos a formar a nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo com maior frequência, neste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como Ele(CIC 1458).

Padre Carlinhos também nos orienta como direcionar nossas forças para o bem, para a graça de Deus, principalmente quando nos deparamos com situações difíceis em nossas vidas (estresses, frustrações, tristezas) onde “naturalmente” nos rendemos aos pecados que já estamos acostumados a cometer.

“Temos que ter um arrependimento sincero dos pecados. Uma vez que criamos consciência que aquilo não é bom, a primeira coisa e a gente se afastar de tudo o que leva a gente a cometer o pecado, o famoso orar e vigiar. Nós tomamos consciência da nossa fraqueza, tomamos consciência daquilo que é um gatilho e que nos faz cair e direciona para não cair nessa tentação”.

Ou seja, caso seja necessário, não lute sozinho! Seja para descobrir em que ponto da nossa vida o dom foi se inclinando para o pecado como para bem canalizá-lo, peça auxílio psicológico e também espiritual (aconselhamento com algum sacerdote).

Nessa descoberta, que é permeada pela luta, acima de tudo devemos ter paciência conosco. Sendo humanos, somos limitados e sempre conviveremos com nossas misérias, porém, não podemos nos render a elas. A busca da santidade não é atingir a perfeição, mas lutar contra nossas fraquezas. Nisso o ser humano avança, torna-se humanamente melhor e mais próximo de Deus.


Padre Camilo orienta a respeito da frequência em que podemos confessar

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