"Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto" (Jo 12,24).
Quem já tentou levar a sério a vida, quem já correu o risco de fracassar, quem deu um passo à frente para alcançar metas nobres, sabe quão verdadeira é esta frase do Evangelho. Falando especificamente da vida cristã, uma autora menciona o "símbolo do bicho da seda que renasce como borboleta, para expressar a passagem do natural ao sobrenatural".* Não é possível progredir se não se está disposto a tal passagem.
Já no século XIII isso era muito claro para os eremitas e peregrinos que, inspirados na figura do profeta Elias (ver I Re 18,42ss), buscaram a Face de Deus numa das montanhas de Israel. Eles constituíram a Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Entre idas e vindas, deram forma ao instituto.
Um momento marcante é datado pela tradição carmelita em 16 de julho de 1251: a Imagem da Virgem do Carmo apareceu a São Simão Stock, superior geral da Ordem, que recebeu Dela o hábito e o escapulário. A Virgem prometeu libertar do Purgatório àqueles que levassem o escapulário ao longo da sua vida.
Alguns séculos depois, Teresa de Ahumada - mais conhecida pelo nome de religiosa, Teresa de Jesus - seria uma importante colaboradora na reforma do Carmelo, renovando a vivência da solidão, do silêncio e da oração inscritos no carisma carmelita. Mas não seria fácil. A primeira luta, como sempre, era contra ela mesma, perante "as fraquezas e as resistências à chamada de Deus"*.
“Eu desejava viver porque entendia bem que não estava vivendo, mas sim lutando com uma sombra de morte, e não tinha alguém que me desse vida, e nem eu a podia tomar, e Aquele que me podia dar, tinha razão de não me socorrer, dado que muitas vezes me conduzira para Ele, e eu O tinha abandonado”**. Mas, "paralelamente ao amadurecimento da sua interioridade, a santa começa a desenvolver de modo concreto o ideal de reforma da Ordem carmelita"*, que implicou muito trabalho e sofrimento.
Assim, o fruto da vida do Carmelo é a vitória de quem luta, o triunfo de quem aceita o risco. Na verdade, Nossa Senhora no Carmelo é garantia para quem está disposto a se arriscar, a subir a montanha, até Aquele que dá sentido e forma a tudo. Uma manifestação mais ou menos recente a encontramos na história do Chile.
“No mesmo local onde acontecer a Batalha e se obtenha a vitória, será erigido um Santuário da Virgem do Carmo, Padroeira e General dos Exércitos do Chile"***: Este juramento foi feito em março de 1818 por Luis de la Cruz, Diretor Supremo delegado e Mons. Ignácio Cienfuegos, Vigário da Diocese de Santiago. Tal juramento será evocado pelo General San Martín na Batalha de Maipú ao ver uma ala do exército fraquejar: "Nossa padroeira, a Santíssima Virgem do Carmo, nos dará a vitória e aqui ergueremos a igreja prometida para comemorar este triunfo"***.
Nossa Senhora do Carmo é garantia da proteção misericordiosa do Bom Deus. A Virgem Santíssima Se une ao nosso caminhar para escrever a história dos povos e dos indivíduos. Com Santa Teresa podemos intitular o livro da nossa vida como o "Livro das Misericórdias do Senhor"*.
* Bento XVI, Catequese das quartas feiras, 02/02/2018. Santa Teresa de Jesus
** Livro da Vida 8,2
*** http://santuarionacional.cl/historia/
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