Espiritualidade

O que o Domingo de Ramos significa para a nossa fé?

“Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” - (Mateus 21, 9)

Escrito por Pe. José Luis Queimado, C.Ss.R.

29 MAR 2015 - 07H25 (Atualizada em 10 ABR 2025 - 14H49)

Thiago Leon

Quem nunca participou da bela festividade do domingo que antecede a Páscoa?

Levamos os nossos ramos para serem abençoados e, com cantos e festa, saímos em procissão até a Igreja para celebrarmos a Missa Solene da Paixão do Senhor!

São imagens bonitas que ficam marcadas em nossa mente! Mas o que significa tudo isso?

A procissão que fazemos no Domingo de Ramos revive o momento da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Podemos ler esse episódio nos quatro Evangelistas: Mt 21, 1-11; Mc 11, 1-11; Lc 19, 28–40; Jo 12, 12–19. Os ramos de oliveira são mencionados somente pelo Evangelho de João.

Havia o costume na antiguidade, em diversos povos, de se estender as vestes para que uma pessoa importante passasse sobre elas, significando grande veneração àquela autoridade. O povo estende os ramos a Jesus, e as suas vestes, conforme os três primeiros evangelistas. A importância de Jesus é reconhecida na atitude da multidão.

Shutterstock/ Ausra Barysiene
Shutterstock/ Ausra Barysiene


Jesus entra montado em um jumentinho. Aí está uma cena imbuída de grande simbolismo. Em grande parte dos povos do Oriente, o jumento servia como animal de carga e como meio de transporte. Sendo um animal caro de se obter, somente os ricos se davam a esse privilégio. Conforme o tempo foi passando, o animal começou a se popularizar e se tornou um dos mais importantes meios de locomoção. O jumento era valiosíssimo em terrenos acidentados como os de Israel, pois tinha um equilíbrio invejável para caminhar nas estradas íngremes daquela nação.

Por outro lado, as mulas eram símbolo da realeza, pois tinham a força e a resistência do jumento, sem perder a desenvoltura e a beleza do cavalo, com o qual muito se parecia. Lembremos que a mula é um animal híbrido, ou seja, nascido de um cruzamento entre duas espécies diferentes. Mula e burro são as crias da união entre o jumento e a égua. Geralmente, são estéreis, isto é, não podem se reproduzir. A título de curiosidade, existe também o cruzamento entre o cavalo e a jumenta, que se chama bardoto (o povo do interior sabe muito bem essas distinções).

Bem, sem fugir muito do assunto, as explicações acima servem para clarear o nosso entendimento sobre a realidade cultural do Antigo Israel, tradição da qual bebeu Jesus. Voltando à cena do Mestre sobre o lombo do jumentinho, podemos perceber um grande sinal de humildade.

Ele não vem no lombo da mula, que era o animal predileto da realeza de Israel. Ele não vem de cavalo, que era o animal símbolo da guerra (os reis que vinham a cavalo estavam declarando guerra aos seus oponentes). Jesus vem no lombo de um animal usado pelos simples, pelo povo da terra. Ele é um rei que vem em paz e traz a paz!


Vatican Media
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Não basta louvar e cantar hosanas ao rei, temos de buscar a fidelidade até à morte de Cruz!

No mesmo Domingo de Ramos, ao término da procissão, que geralmente se inicia fora da igreja ou em outra capela, dá-se início à Santa Missa da Paixão do Senhor. Por que celebrar a Paixão de Jesus no mesmo dia de sua entrada triunfal? A Igreja quer que todos os fiéis reflitam: onde estava a multidão que estendeu seus ramos e cantou Hosana ao Filho de Davi?

Seria a mesma multidão que gritava furiosamente: Crucifica-o! Crucifica-o! Não basta louvar e cantar hosanas ao rei, temos de buscar a fidelidade até a morte de Cruz! E toda a multidão que o adorava e o glorificava sumiu, até mesmo os seus discípulos fugiram!

Neste dia, é o vermelho que usamos, pois lembramos o sangue inocente derramado em favor da multidão que prega o Senhor na Cruz! O Domingo de Ramos é o convite para refletirmos sobre o nosso seguimento a Jesus. Sou católico em todos os momentos de minha vida ou somente nas horas fáceis de louvor e aclamações de festa?

Ao término dessa celebração belíssima, levamos para a casa o nosso raminho. Ele vai “incomodar-nos” durante todo o ano, pois, sempre que olharmos para ele, lembraremos o nosso compromisso com Cristo Jesus. Muitos guardam o raminho até secar, para obter as cinzas que serão usadas na Quarta-Feira de Cinzas do ano seguinte. Em algumas regiões, queima-se o raminho em dias de tempestade, pois a confiança é grande naquele símbolo que evoca o nosso Redentor, chegando triunfalmente em nossa vida!

Não deixemos de participar dessa Celebração que é a abertura da grande Semana Santa. Ao chegarmos, em procissão, à entrada da Igreja, rezaremos o Salmo 23 (24): “Ó, portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o rei da glória possa entrar!”.

Deixemos que o Rei da Glória entre em nossa casa, em nossa história, em nossa vida!

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