O livro de Ezequiel foi escolhido como tema do Mês da Bíblia 2024, com o lema “Porei em vós o meu Espírito e vivereis” (Ez 37,14). O Brasil inteiro vai refletir e rezar ouvindo aquele que foi chamado de “profeta da esperança”.
Nascido em Jerusalém, de família sacerdotal, foi o guia moral e espiritual dos hebreus deportados para Babilônia no ano 598, e o primeiro a profetizar fora da terra de Israel. Seu livro descreve vários de seus gestos proféticos, que ele explica aos ouvintes, pois simbolizam o que lhes acontecerá.
Ezequiel é o profeta das visões grandiosas, sendo a primeira delas a do carro de Deus, imagem da presença do Senhor que não está ligada a um lugar, nem mesmo ao templo, mas acompanha seus fiéis por toda parte. Leia MaisDo profeta Ezequiel, para nós hoje
O profeta é posto como sentinela na casa de Israel (33,7), para ficar sempre atento aos acontecimentos e exortar os deportados a cumprir as leis divinas. Deus promete cuidar, Ele próprio, do seu povo, porque os chefes religiosos deixam a população como rebanho sem pastor (34,11).
O povo será santificado com uma água purificadora e a doação do seu Espírito, anúncio dos sacramentos cristãos. Receberá também um coração novo para cumprir os compromissos da aliança. Seu coração de pedra será trocado por um coração de carne (Ez 36,26).
O povo exilado em Babilônia chegou a perder toda a esperança, repetindo: “Para nós está tudo acabado” (Ez 37,11). A resposta de Deus vem na magnífica visão dos ossos ressequidos que recuperam a vida (cap. 37).
São anunciados o fim do exílio e o retorno à pátria, onde o novo templo de Jerusalém terá uma fonte de águas abundantes que vão transformar o deserto num paraíso (cap. 47). Nas águas haverá abundância de peixes e a seus lados árvores produzindo frutos a cada mês. É essa a prodigiosa força da graça divina que tudo pode transformar!
Ezequiel é considerado o pai do Judaísmo, pois se devem à sua influência os principais elementos da religião vivida na futura comunidade: amor ao templo, culto da Lei, distinção entre sagrado e profano, observação minuciosa da Lei da Santidade (Lv 17-26), destinada a fazer de Israel um povo separado das nações pagãs.
A frase preferida deste profeta, repetida 86 vezes, é: “Sabereis que eu sou o Senhor”. É um apelo a todos nós para reconhecermos nosso Deus não apenas no culto, mas também nos acontecimentos que vivemos, pois através dos “sinais dos tempos” Deus não cessa de falar a seu povo.
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