Espiritualidade

Finados, a vida continua após a morte

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

02 NOV 2023 - 12H06 (Atualizada em 07 DEZ 2023 - 08H51)

“Há quem morre todos os dias: morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza. Morre um dia, mas nasce outro! Morre uma semente, mas nasce a flor! Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus”! (Anônimo)

No dia 2 de novembro, na maioria dos países ocidentais acontece a comemoração do Dia de Finados. Com esta celebração, a Igreja busca fortalecer a fé dos cristãos na ressurreição, pois precisamos estar convictos firmemente de que a vida continua após a morte.

Ainda sabemos pouco de como é a vida depois da morte, mas o pouco que sabemos é mais do suficiente, acreditando que a vida eterna não é um lugar e sim um “estado de vida” onde todos os seres humanos vivem em plena harmonia entre si, e em filial alegria com Deus que é pai e mãe. Leia MaisFinados: uma reflexão sobre o modo como vivemosDia de Finados: celebrar a ressureição daqueles que adormeceram no Cristo

Celebrar a vida dos que foram fiéis até o fim

A Igreja nos ensina que depois que uma pessoa morre acontece o seu encontro definitivo com Deus e que neste seu encontro ela percebe as múltiplas situações em que amou, correspondendo ao amor que Deus nos dedica, ou então percebe as ocasiões em que se esqueceu de amar e isto lhe produz uma dor ou um sofrimento que ao mesmo tempo é purificador.

Deste modo percebemos que não é Deus que julga ou castiga a pessoa, mas é a própria pessoa que se encontra consigo mesma e se auto premia ou se auto condena. No encontro final Deus leva a pessoa a encontrar-se consigo mesma, se conhecendo em profundidade. E diante de Deus não é possível fugir!

Este julgamento por assim dizer, é imediato, acontecendo já na morte da pessoa, mas haverá também um juízo universal em que toda a humanidade e a natureza serão julgadas.

Como nos ensina a Igreja, depois deste encontro com Deus os bons vão para a convivência eterna com Deus e os maus vão para a infelicidade, que é a distância de Deus por toda a eternidade. Os que precisam de um sofrimento reparador vão para aquilo que a Igreja chama de purgatório.

O purgatório não é, por assim dizer, um mini céu ou um mini-inferno e também não envolve a questão de tempo ou de espaço, porque com a morte termina o tempo e o espaço. Tudo o que se refere à vida eterna, que a Igreja chama de “Novissimus” se trata de situações de vida, assim como no céu e como a terra.

Comunhão dos santos

Em razão da comunhão dos santos, todas as nossas boas obras como orações, missas, o amor e a solidariedade para com as pessoas nos ajudam no processo de santificação. A salvação que Deus nos oferece começa a ser sentida a aproveitada já nesta vida, podendo ser partilhada também com os que já faleceram. Daí decorre a importância de nossa oração pelos falecidos, porque eles continuam pertencendo a nossa comunidade de fé e de salvação.

O Dia de Finados nos ensina, portanto, a viver com intensidade, a amar e recordar dos mortos pensando no mais além. A celebração deste dia nos deve colocar também no caminho da conversão, sabendo que também nós teremos o nosso dia. Nossa melhor atitude é a de esperar com confiança, pois um dia o amor de Deus que já experimentamos aqui vai tornar-se plenitude no céu.

Celebrar o Dia dos Fiéis Defuntos não pode ser uma afirmação de que a vida acabou, mas deve ser um fortalecimento da fé na Ressurreição.

Ouça a Reflexão:

Escrito por:
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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Por Redação A12, em Espiritualidade

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