Vivemos numa era em que a aparência e a superficialidade parecem dominar as relações humanas. Redes sociais repletas de ostentação e a busca incessante pela validação externa podem nos levar a esquecer de uma virtude fundamental no caminho da fé: a humildade. Ao mesmo tempo, nesta dinâmica de aparências, o orgulho e o egoísmo surgem como opção de vida, levando-nos a nos fechar em nós mesmos, longe de Deus e dos outros.
O Catecismo da Igreja Católica descreve a humildade como “A virtude que nos leva a reconhecer que Deus é a fonte de tudo o que somos e possuímos”. Ser humilde é, portanto, reconhecer a nossa pequenez diante de Deus e a nossa dependência absoluta do Seu amor e misericórdia. A humildade não é uma negação dos dons e talentos que temos, mas sim o reconhecimento de que esses dons são presentes de Deus, destinados a ser usados para o bem comum e para a Sua glória.
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Por outro lado, o orgulho é considerado pelo Catecismo como o pecado que deu origem a todos os outros pecados. É uma desordem do amor-próprio, onde a pessoa atribui a si mesma a fonte do bem e do mérito, esquecendo-se de Deus e dos outros.
A humildade produz frutos bons que nos aproximam de Deus e dos nossos irmãos. Ela abre o coração ao serviço, à compaixão e à verdadeira caridade. Pessoas humildes são mais capazes de perdoar e de pedir perdão. Além disso, a humildade traz consigo uma alegria profunda, pois ao reconhecer a nossa pequenez, encontramos grandeza no amor de Deus, que nunca nos abandona.
Se a humildade traz bons frutos, o orgulho traz consigo frutos amargos. O orgulho alimenta a inveja, a rivalidade e o ressentimento, criando um ciclo de infelicidade e solidão. O orgulho nos afasta de Deus, pois, ao se colocar no centro da própria vida, o orgulhoso nega a sua necessidade de salvação.
O Papa Francisco tem falado com frequência sobre a importância da humildade na vida cristã. Ele recorda-nos que “A humildade é o único caminho que nos leva a Deus. Sem humildade, estamos 'cortados', separados da compreensão de Deus e de nós mesmos”.
Jesus Cristo é o modelo perfeito de humildade, por isso não é possível seguir a Cristo sem ter um coração humilde. Sendo Deus, Ele fez-se homem e escolheu nascer numa manjedoura, viver como servo e morrer na cruz por amor a nós.
Como nos ensina São Paulo: “Ele, sendo de condição divina, não se apegou à sua igualdade com Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo” (Filipenses 2, 6-7). Seguir o exemplo de Cristo significa abraçar a humildade, reconhecendo que, embora sejamos fracos e pecadores, somos profundamente amados por Deus.
Portanto, podemos dizer que a humildade nos faz bem, pois ela nos liberta do peso de viver fechados em nós mesmos e nos abre o caminho que leva à verdadeira liberdade e felicidade. Que possamos, a cada dia, pedir a graça de sermos humildes de coração, confiando sempre na bondade de Deus que nos ama.
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