Espiritualidade

Na Assunção de Nossa Senhora, Jesus antecipa a Ressurreição

Todos nós somos destinados a ressuscitar com Ele

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

17 AGO 2024 - 17H42 (Atualizada em 17 AGO 2024 - 18H07)

A respeito da assunção de Nossa Senhora, assim nos diz São João Damasceno, doutor da Igreja:

“A Mãe de Deus não morreu de doença, pois Ela, por não ter pecado original, não tinha que receber o castigo da doença. Ela não morreu de velhice, porque não tinha que envelhecer, já que a Ela não lhe chegava o castigo do pecado dos primeiros pais: envelhecer e acabar por fraqueza. Ela morreu de amor. Era tanto o desejo de ir para o céu onde o seu Filho estava, que este amor a fez morrer”.

Na Festa da Assunção celebramos uma verdade de fé — dogma — que afirma que Maria foi elevada ao céu em corpo e alma. Esta verdade de fé foi proclamada pelo papa, mas era uma verdade que já estava no coração do povo católico havia séculos.

O dogma proclamado sobre Maria e sua assunção aos céus é o último dos dogmas marianos. Mas o que essa verdade de fé significa para nós? O que nos diz sobre Maria?

Um dogma é uma verdade de fé absoluta, definitiva, infalível, irrevogável e inquestionável, revelada por Deus através das Sagradas Escrituras ou da Sagrada Tradição. Depois de ser proclamado não se pode revogar ou negar, nem pelo Papa, nem por decisão conciliar.

Para que uma verdade se torne dogma, é necessário que seja proposta de maneira direta pela Igreja Católica aos fiéis como parte de sua fé e de sua doutrina, através de uma definição solene e infalível pelo Supremo Magistério da Igreja.

O Dogma da Assunção de Maria ao céu foi proclamado pelo Papa Pio XII no dia 1º de novembro de 1950, com a publicação da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. Assim diz o Papa:

“Com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu”.

Como a Sagrada Escritura não fala da morte de Maria, a reflexão sobre os seus merecimentos e a dignidade nos faz acreditar que Jesus antecipou nela a Ressurreição dos mortos, à qual todos nós estamos destinados.

A Glorificação de Maria

A festa da assunção de Nossa Senhora nos leva a repensar todo o seu peregrinar neste mundo, pois celebra o desfecho de sua caminhada. O fim da existência terrena de Maria consistiu na plenificação de todos os seus anseios de mulher de fé e disponível para servir. A expressão “cheia de graça”, dita pelo anjo, encontrou sua expressão consumada na sua exaltação junto de Deus.

A estreita conexão entre a existência terrena de Maria e a sua sorte eterna foi percebida desde cedo pela comunidade cristã, apesar de a Bíblia não contar os detalhes de sua vida e de sua morte. A comunidade deu-se conta de que Deus assumiu e transformou toda a sua história, suas ações e seu corpo.

O Papa Francisco, ao falar desta festa em 2014, disse assim:

“Em união com toda a Igreja, celebramos a Assunção de Nossa Senhora, em corpo e alma, à glória do Paraíso. A Assunção de Maria mostra-nos o nosso destino como filhos adotivos de Deus e membros do Corpo de Cristo: como Maria, nossa Mãe, somos chamados a participar plenamente na vitória do Senhor sobre o pecado e a morte e a reinar com Ele no seu Reino eterno. Esta é a nossa vocação”.

Uma Mãe intercedendo no céu por seus filhos

Ao aprofundarmos um pouco mais sobre a Assunção, nos vem uma certeza: temos junto do Pai, além de Cristo, Nossa Senhora, que com coração de Mãe certamente está intercedendo por todos nós e não descansará enquanto não ver todos nós, os seus filhos, junto ao seu Filho Jesus.

Maria abriu o caminho para nós e, com sua Assunção, nos lembra o nosso destino: o céu, a glória de Deus, a nossa felicidade plena e para sempre. Vivamos essa vida na terra com visão de eternidade, que todos os nossos atos encurtem cada vez mais o caminho para que nos encontremos um dia com ela.

A importância da Assunção para os homens e mulheres do Terceiro Milênio da Era Cristã reside na relação que existe entre a Ressurreição de Cristo e nossa. A presença de Maria, ser humano como nós, que se encontra em corpo e alma já glorificada no Céu, é isso: uma antecipação da nossa própria ressurreição.

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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Por Redação A12, em Espiritualidade

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