Conforme o avanço da pandemia de Covid-19 começou a se consolidar nas diversas regiões do território brasileiro, e tanto as autoridades civis como eclesiásticas começaram a tomar medidas que impedissem o contágio massivo, incentivando o isolamento social, a primeira reação de muitos católicos, e eu me incluo entre eles, foi de preocupação. Não seria mais possível realizar as principais atividades apostólicas programadas, mas, principalmente, não poderíamos celebrar a Santa Missa, nem o Santo Tríduo Pascal.
Ao mesmo tempo, uma certeza espiritual se explicitava cada vez mais, diante dos acontecimentos: Deus sabe tirar coisas boas dos piores males. E me parece que é o que se verificou na vida da Igreja, por meio da multiplicação de inúmeras iniciativas apostólicas e pastorais, que buscavam remediar as limitações que a corresponsabilidade com o bem comum, e especialmente a saúde dos mais frágeis, nos impõe.
Um amigo, também membro do Sodalício (Sociedade de Vida Apostólica da qual faço parte), me comentava que a comunidade de leigos de diversos estados de vida, que participa da nossa família espiritual, tinha participado muito ativamente das atividades da Semana Santa. Muito mais ativamente que em anos anteriores, já que é costume da cultura do país onde eles estão, ir todo o mundo para a praia.
Resultado: as Missas não tinham a participação desejada. Mas, com o coronavírus, muitos que pouco participaram em anos anteriores se conectaram e celebraram em casa os mistérios de paixão, morte e ressurreição do Nosso Senhor. Ficou evidente como cada uma das nossas casas pode ser, e de fato é, uma Igreja doméstica.
Na minha comunidade, transmitimos as Missas Dominicais desde que iniciou a Quarentena, e também as celebrações da Semana Santa. Além disso também compartilhamos reflexões sobre os mistérios celebrados, sobre a sua centralidade para nossa vida cristã.
É muito comovente constatar a proximidade espiritual dos que participam, manifestada em diversos comentários, intenções, ações de graças que são compartilhadas durante a transmissão. É como se viesse à tona o que muitas vezes fica no coração de cada um, no silêncio da oração.
Pessoalmente, como leigo de plena disponibilidade apostólica, este tempo tem me ajudado a me sentir um pouco mais próximo da experiência do grande Apóstolo São Paulo, quem dizia que o Senhor soube tirar da sua prisão muitos frutos de conversão para a Igreja, inclusive entre os soldados que o vigiavam.
Os tempos são difíceis, disso não há dúvidas e, seguramente teremos que passar por muitas provações como Igreja e como sociedade. Espero que possamos, em meio a todas elas, manter firme a Fé em que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus.
Rezemos a Deus que derrame o seu Espírito sobre cada um de nós, para que as adversidades vividas em união com Cristo morto e ressuscitado resultem em muitos frutos de conversão, em primeiro lugar em cada um de nós, mas também no Brasil e no mundo.
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