O Canto do Magnificat, a belíssima oração que brota do coração e lábios de Maria, é rezada diariamente pela Igreja nas orações das Vésperas da Liturgia das Horas. Esse cântico foi proclamado por Nossa Senhora na visitação à sua prima Isabel e podemos encontrá-lo no Evangelho de Lucas (1, 46-55).
Em meio a um mundo que busca saciar seus anseios de felicidade em alegrias vazias e no individualismo que se fecha aos demais, a oração do Magnificat aparece como um bálsamo de esperança e confiança nas promessas de Deus.
Assim nos ensina, na catequese de 6 novembro de 1996, São João Paulo II: Maria, inspirando-se na tradição do Antigo Testamento, celebra com o cântico do Magnificat as maravilhas que Deus realizou nela. Esse cântico é a resposta da Virgem ao mistério da Anunciação: o anjo convidou-a a alegrar-se; agora Maria expressa o júbilo de seu espírito em Deus, seu salvador. Sua alegria nasce de ter experimentado pessoalmente o olhar benévolo que Deus dirigiu a ela, criatura pobre e sem influência na história.
Como nos mostra o Santo Padre, a alegria de Maria nasce da experiência de ser vista e amada por Deus. Esta experiência tão profunda, a leva a exultar de alegria e júbilo.
A fonte da verdadeira alegria
Em meio as nossas tristezas e angústias, Maria nos convida a levantar os olhos para ver as maravilhas que Deus fez em sua vida e faz também em nossas vidas. Quantas vezes nós nos perdemos e nos afastamos da fonte de verdadeira alegria que é o amor de Deus.
Este amor é incondicional, verdadeiro, misericordioso e fiel. Deus nos ama profundamente e quer que nossa alegria esteja ancorada neste amor. De tal modo, poderemos ver as maravilhas que Deus faz por nós todos os dias, apesar de nossa pequenez e fragilidade, e viver com o coração agradecido e cheio de esperança, seguindo o modelo de Nossa Senhora.
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Assim continua nos dizendo o Papa: Frente ao Senhor, potente e misericordioso, Maria manifesta o sentimento de sua pequenez: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor; alegra meu espírito em Deus, meu salvador, porque olhou para a humilhação de sua escrava” (Lc 1,46-48).
Provavelmente, o termo grego tapeinosis foi tirado do cântico de Ana, a mãe de Samuel. Com ele indicam a “humilhação” e a “miséria” de uma mulher estéril (cf. 1 S 1,11), que encomenda sua pena ao Senhor.
Com uma expressão semelhante, Maria apresenta sua situação de pobreza e a consciência de sua pequenez perante Deus que, com decisão gratuita, colocou seu olhar sobre ela, jovem humilde de Nazaré, chamando-a a converter-se na mãe do Messias.
A alegria que vem de Deus difere da alegria do mundo, pois Deus olha para nós e nos enche de seu amor eterno apesar do pouco que somos. Para ser alegres em Deus só precisamos ter um coração humilde e simples. Já a alegria do mundo demanda ter tantas coisas, ser tantas coisas, que muitas vezes, nos leva a nos angustiar e entristecer. Se nos sentimos assim, podemos dizer que estamos longe da alegria verdadeira.
Ler, rezar e meditar o cântico do Magnificat pode ser um excelente meio para a responder à pergunta: Onde está a minha alegria? Que inspirados por esta bela e profunda oração, possamos ver tudo de maravilhoso que Deus realiza em nossas vidas.
.: No Escola de Maria, Pe. Vinicius Ponciano traz um momento de reflexão sobre “O cântico de Maria — Magnificat”. Confira!
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