"No dia seguinte, ao ver Jesus que vinha em sua direção, ele disse: 'Aí está o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! É dele que eu disse: ‘Depois de mim vem um homem que passou a minha frente, pois já existia antes de mim’" (Jo 1, 29)
São João Batista usou a expressão para que todos ali reconhecessem quem era o verdadeiro ungido de Deus, que veio para nos salvar.
Mas por que a Igreja chama Cristo de Cordeiro?
“Manifestou deste modo que Jesus é, ao mesmo tempo, o Servo sofredor, que Se deixa levar ao matadouro sem abrir a boca, carregando os pecados das multidões e o cordeiro pascal, símbolo da redenção de Israel na primeira Páscoa, toda a vida de Cristo manifesta a sua missão: servir e dar a vida como resgate pela multidão” , diz o Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 608.
Leia MaisOs títulos de Jesus: O Sol da Justiça Os títulos de Jesus: A luz do mundoTítulos de Jesus: O Filho do HomemNo Antigo Testamento, era comum para os povos sacrificarem animais, principalmente os cordeiros, pois entendia-se que ao renunciar algo valioso como oferta a Deus, os pecados eram perdoados.
No livro do Êxodo, após o Faraó se recusar a libertar os escravos hebreus lançou sobre o Egito uma última e terrível praga: a morte de todos os primogênitos. Seguindo a orientação de Moisés, antes da noite do extermínio, cada família israelita sacrificou um cordeiro ou cabrito, que deveria ser “macho, sem defeito, e de um ano” (Ex 12,5). O animal deveria ser comido, e o seu sangue deveria ser passado nos batentes das portas:
“Nessa noite eu passarei pela terra do Egito e matarei todos os primogênitos da terra do Egito, tanto das pessoas como dos animais, e executarei minha sentença contra todos os deuses do Egito: eu, Javé. O sangue vos servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Eu verei o sangue e passarei adiante, e não haverá para vós o flagelo mortal quando eu ferir a terra do Egito”. (Ex 12, 12-13)
E assim se estabeleceu a celebração da Páscoa judaica. O sangue do cordeiro livraria o povo da morte do corpo, assim como o Sangue de Cristo – Deus e Homem sem defeito, sem pecado – que nos livra da morte da alma, após a nova Páscoa. O cordeiro imolado do Antigo Testamento era uma imagem do Cordeiro Imolado do Novo Testamento.
Assim, ao renovar a Sua Aliança com o povo hebreu por meio de Moisés, os pecados da pessoa eram “transferidos” para o animal por meio da imposição de mãos, e este deveria morrer em seu lugar , da mesma forma como, depois, o peso dos pecados humanos recairia sobre Cristo, que aceitou morrer por nós.
O cordeiro imolado no Corpo de Cristo
Esta frase também é dita pelo sacerdote quando é finalizado o Rito da Comunhão e antes de recebermos a Sagrada Eucaristia.
Cordeiro de Deus em Latim é “Agnus Dei”, uma expressão que significa: ”Jesus Cristo o salvador da humanidade”. Neste momento das missas, as pessoas repetem junto com o padre a seguinte fala:
“Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, tende piedade de nós; Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, tende piedade de nós; Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo dai-nos a paz”
A Eucaristia reúne duas coisas: como Sacramento, “renova” a Ceia Pascoal; e como Sacrifício “atualiza” o ato redentor de Cristo na cruz em nossas vidas. Pois, na Ceia, Jesus deu aos discípulos o seu sangue que ia ser “derramado” pela redenção da humanidade.
Na Comunhão, recebemos Cristo vivo, a vitima perfeita, não por acaso, a palavra Hóstia, quer dizer vitima expiatória.
Jesus Cristo, o Cordeiro que nos aperfeiçoa, pois não chegamos a perfeição por nossas próprias forças, mas é Ele que vem ao encontro da nossa fraqueza, e por Sua Graça e Misericórdia nos dá a Graça de sermos um com Ele.
“Na verdade, na verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. (Jo 6,53-54)
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