“Disse-lhes: 'Lançai a rede à direita da barca e encontrareis'. Lançaram-na, pois, e já não podiam puxá-la, por causa da grande quantidade de peixes. Nisso, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: 'É o Senhor! Ao ouvir que era o Senhor, Simão Pedro vestiu a túnica, pois estava despido, e lançou-se ao mar” (Jo 21, 6-7)
Enquanto Jesus vivia a sua vida pública, e mesmo após Sua morte e Ressurreição, as pessoas queriam compreender quem Ele era e quais as melhores palavras para O descrever e aqui no A12 já descrevemos alguns dos vários nomes atribuídos a Cristo.
Algumas pessoas hoje em dia têm títulos associados aos seus nomes (doutor, senador, etc.), e nos tempos antigos os títulos eram dados a algumas pessoas para designar as suas responsabilidades ou os seus cargos particulares.
Leia MaisOs títulos de Jesus: O Verbo DivinoQuais as diferenças nos títulos que a Igreja atribui aos bispos?De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 446, na tradução grega dos Livros do Antigo Testamento, o nome inefável sob o qual Deus Se revelou a Moisés, “YHWH”, é traduzido por “Kyrios” (Senhor).
Assim, tornando-se o nome mais habitual para designar a própria divindade do Deus de Israel. É neste sentido forte que o Novo Testamento utiliza o título de “Senhor”, tanto para o Pai como também — e aí é que está a novidade — para Jesus, assim reconhecido como sendo Ele próprio Deus.
“O próprio Jesus veladamente atribui a Si mesmo este título, quando discute com os fariseus sobre o sentido do Salmo 110, e também, de modo explícito, ao dirigir-Se aos Apóstolos. Ao longo de toda a vida pública, os seus gestos de domínio sobre a natureza, sobre as doenças, sobre os demônios, sobre a morte e o pecado, demonstravam a sua soberania divina” (CIC 447).
Ao atribuir a Jesus o título divino de Senhor, a Igreja Católica afirma, desde o início, que o poder, a honra e a glória devidos a Deus Pai cabem também a Jesus, por ser Ele “de condição divina” (Fl 2,6) e ter o Pai manifestado esta soberania de Jesus ressuscitando-o dos mortos e exaltando-o em sua glória (Rm 10,9).
Na oração do Credo Niceno-Constantinopolitano, rezamos “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus”.
Em 451, o Concílio de Calcedônia professou “que o único e idêntico Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, é Ele mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, consubstancial ao Pai segundo a divindade e consubstancial a nós segundo a humanidade; gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, e nesses últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade”.
No artigo, publicado no site Vatican News, o escritor Luís Eugênio Sanábio e Souza, ninguém pode dizer “Jesus é Senhor” a não ser pela ação do Espírito Santo.
“Compreende-se, portanto, que, em obediência ao mandato do Senhor e como exigência do amor para com todos os homens, a Igreja anuncia e tem o dever de anunciar constantemente a Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida, no qual os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou todas as coisas consigo”.
O Senhorio de Jesus é a proclamação de que Ele é o Senhor da nossa vida, conduz nossos passos e nos protege em tudo.
“Para isso, de fato, é que morreu Cristo e retomou a vida: para ser o Senhor tanto dos mortos como dos vivos” (Rm 14,9).
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