Espiritualidade

Para refletir: O tempo litúrgico não é monotonia

Em atividades que promovem reflexões em preparação ao Ano Jubilar, somos convidados a refletir sobre a Liturgia

Escrito por Redação A12

05 FEV 2024 - 16H34 (Atualizada em 06 FEV 2024 - 10H29)

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A Igreja no mundo se prepara para a abertura do Ano Jubilar. Entre todas as atividades que já estão sendo realizadas, o Dicastério para a Evangelização atendeu o pedido do Papa Francisco e lançou a coletânea sobre o Concílio Vaticano II intitulada “Jubileu 2025 — Cadernos do Concílio”.

A coletânea tem o objetivo despertar o interesse do evento conciliar e destacar seu significado para a vida da Igreja em todos esses 60 anos. Para refletirmos sobre o assunto, o Pe. Gerson Schimidt, jornalista e mestre em comunicação, propôs a reflexão: “Ano Jubilar, o tempo litúrgico não é monotonia”. Leia MaisCNBB lança coleção preparatória para Jubileu 2025Bispos falam da expectativa para o Jubileu 2025

Nos Cadernos do Concílio do Dicastério para a Evangelização, na seção das questões Fundamentais da Evangelização no Mundo, o Papa Francisco escreveu uma introdução geral a esses documentos, que explicam os pilares fundamentais da fé católica: Lumen Gentium, Sacrosanctum Concilium, Dei Verbum e Gaudium et Spes, os quais são: Igreja, Liturgia, Palavra e a Evangelização.

Francisco citou um pensamento de Papa Paulo VI na homilia da sétima sessão solene do Concílio Vaticano II, por ocasião da promulgação de cinco documentos.

A Igreja vive! A prova está aqui, está aqui o alento, a sua voz, o seu canto. A Igreja vive(…) A Igreja pensa, a Igreja fala, a Igreja cresce, a Igreja continua a edificar-se(…). A Igreja vem de Cristo e vai para Cristo, e estes são os seus passos, isto é, os atos em que se aperfeiçoa, se confirma, se desenvolve, se renova, se santifica. Todo este esforço perfectivo da Igreja não é outra coisa, se bem se entende, senão uma expressão de amor a Cristo Nosso Senhor”.

O Santo Padre explica que essas palavras nos impulsionam a compreender a importância do ensino conciliar e retomar esses textos é sinal da vivacidade e fecundidade da Igreja.

“A renovação das comunidades e o empenho de conversão pastoral passa necessariamente por tornar próprios os ensinamentos do Vaticano II”.

O pontífice citou ainda o Documento de Aparecida, que fala da conversão pastoral, destacando a medida como decisiva para a identidade da Igreja.

A Conversão Pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Assim será possível que o único programa do Evangelho continue introduzindo-se na história de cada comunidade eclesial com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que vai ao encontro, uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária”.

Os cristãos católicos são convidados a viver constantemente cada ponto da história da Salvação, por este motivo acompanhamos nas celebrações o ano litúrgico. A liturgia serve para nos orientar, nos convidando constantemente a refletir sobre cada tempo litúrgico.

Nos cadernos do Concílio, de número 13 das Edições da CNBB, aponta-se que:

O Ano Litúrgico não é reprodução de um filme sobre acontecimentos do passado, mas a participação na história de Jesus mediante a comunhão com o Ressuscitado ao longo do tempo. Aqueles eventos que a Igreja nos faz celebrar todos os anos não são acontecimentos arquivados no baú da história, porque como dizia São Leão Magno: aquele dia não passou de tal maneira que também passasse a força interior na obra que então foi realizada pelo Senhor”.

Santo Agostinho também falou deixou ensinamentos sobre a Liturgia: “aquilo que aconteceu uma vez na realidade histórica, a solenidade litúrgica o celebra de modo recorrente e assim o renova no coração dos fiéis”.

É importante que cada cristão entenda que o ano litúrgico não é monótono por repetirmos as celebrações todos os anos, pois não somos chamados para assistir esses acontecimentos, mas sim viver e sentir cada momento.

Portanto, não deve ser vista como “uma monotonia, como se fosse um eterno retorno dos mesmos eventos salvíficos, mas como uma abertura progressiva rumo ao eterno infinito de Deus”.

Pe. Schimidt finalizou citando um pensamento de São Leão Magno, que dizia no retorno cíclico de cada ano, o mistério da nossa salvação é reatualizado para nós: mistério que, prometido desde o início e finalmente levado a cumprimento, continuará sem nunca terminar”.

Fonte: Vatican News

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