Leia MaisPerdoar e pedir perdãoJô Soares sobre o perdão: "A coisa mais importante no Cristianismo"
“Todos somos pecadores. Todos. Em relação a Deus e em relação aos irmãos. Cada um sabe que não é o pai ou a mãe que deveria ser, o esposo ou a esposa, o irmão ou a irmã que deveria ser. Todos estamos em déficit na vida e precisamos de misericórdia. Sabemos que, mesmo não cometendo o mal, sempre falta algo ao bem que deveríamos ter feito.” – Papa Francisco
Muito se fala sobre perdão. Entretanto, todos também sabemos da dificuldade existente relacionada a ele. Perdoar não é fácil, porque implica em passar por cima de uma mágoa, de um incômodo ocasionado pelo outro.
Se somos criados à imagem e semelhança de Deus, Ele, que é tão misericordioso, não nos instruiria a ser diferentes. É necessário abrigar um amor tão grande como o d’Ele, para que a misericórdia esteja acima de qualquer inquietação do coração.
Além disso, é preciso perdoarmos para termos perdão de Deus, assim como o Evangelho de Mateus nos ensina.
“Pois se perdoardes aos outros as ofensas recebidas, também vosso Pai celeste vos perdoará. Mas se não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará vossas ofensas”. (Mt 6, 14-15).
Padre Inácio Medeiros, C.Ss.R. divide sua reflexão sobre o tema.
“Todos conhecem muito bem ou já ouviram falar da Lei de talião. Para a sua época, essa lei foi um avanço porque prescrevia que um inimigo só podia descontar no outro aquilo que havia recebido, ou seja, uma pessoa nunca podia descontar no outro mais do que a ofensa recebida. E isso não incluía absolutamente a morte do adversário. Isso era previsto na Lei Mosaica, que regia o povo judeu desde que havia entrado na Terra Prometida. Mas esta lei era limitatória, porque não incentivava as pessoas a esquecerem do mal que haviam recebido.
No Novo Testamento, Jesus provoca a superação da Lei de Talião quando provoca as pessoas a não descontarem o mal recebido com a mesma moeda, mas a ir além, propondo o esquecimento do mal recebido, como expressão do perdão e da fraternidade.
Para nós, quando conseguimos exercitar o perdão, isso gera uma situação de libertação, pois quantos de nós que carregam um peso enorme ao longo de sua vida quando não conseguem relevar e esquecer as ofensas recebidas? Quem consegue se comprometer com o perdão imita as atitudes do próprio Deus.
Ser magnânimo é uma proposta de vida para todos nós quando conseguimos ser superiores às nossas limitações, promovendo um formato diferenciado de relacionamento com os que nos rodeiam.”
É preciso perdoar, assim como Deus, em Sua infinita bondade (mesmo sabendo que somos pecadores, mesmo sabendo que voltaremos a pecar após a confissão) nos perdoa e nos ama.
É preciso perdoar porque o rancor corrói nosso coração e desperta o que há de pior em nós. Perdoar é estar aberto ao amor e ao outro, pois compreendemos que, como humanos, somos falhos e errar nem sempre é uma escolha.
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