Uma vez, numa reunião de grupo, um dos jovens fez um questionamento muito interessante: "o cristianismo pede afastar-nos das nossas famílias?"
Ele tinha lido a passagem na qual Jesus afirma a absoluta prioridade dos valores do Reino: "Não penseis que vim trazer paz à terra: não vim trazer paz, mas a espada. Vim trazer separação entre filho e pai, entre filha e mãe, entre nora e sogra; e nossos inimigos serão os próprios parentes" (Mt 10,34-36).
Expliquei para ele que além de ser preciso entender melhor o contexto desta passagem, a Bíblia precisa ser lida na sua unidade. Aliás, foi interessante trazer luz sobre como Jesus, a Bíblia e a família se encontram.
O lema da novena de Nossa Senhora Aparecida deste ano nos deixa na direção certa: "com Maria, em família, revestir-se da Palavra".
Se paramos para pensar, Deus quis Se encarnar numa família. E não se trata de algo circunstancial ou acidental. Basta conferir como o Evangelho de João conta a presença protagonista de Maria no primeiro sinal de Jesus nas Bodas de Caná. E Ela está presente até a morte de Jesus (Jo 19,25); ainda mais, preside em oração a comunidade que está esperando o envio do Espírito Santo em Pentecostes (At 1,14).
E não apenas isso. Quantitativamente, digamos, Jesus passou mais anos na vida oculta da família de Nazaré do que no ministério público.
Afirmado isso, observemos que, na verdade, o que Jesus faz é transcender o círculo da própria família. A prioridade dos valores do Reino é afirmada em função de uma "família mais ampla": a família de Deus. Vejamos como no-lo explica o Catecismo (2233):
"Tornar-se discípulo de Jesus é aceitar o convite para pertencer à família de Deus, para viver em conformidade com a sua maneira de viver: 'Todo aquele que fizer a vontade do meu Pai que está nos céus, é meu irmão e minha irmã e minha mãe' (Mt 12,50)".
Pois bem. Dito isso, como entender a passagem citada no início deste texto?
O capítulo 10 do Evangelho segundo Mateus traz o Discurso Apostólico. Lido com atenção, expressa uma divisão ainda mais forte e profunda que a da família: o abandono do nosso próprio egoísmo. Para seguir a Jesus e ser apóstolos do Reino, é exigida uma conversão autêntica. Não basta maquiar aspectos externos da nossa vida; a Palavra precisa penetrar na nossa existência. Como Maria, devemos ficar revestidos - quem sabe, transfigurados - pela Palavra.
Se formos sinceros, o caminho que Jesus nos propõe - nunca deixando de ser algo maravilhoso - é muito exigente. Evidencia que segui-Lo não depende das nossas forças autônomas.
O Catecismo (2608) traz mais uma explicação muito boa: "Jesus insiste na conversão do coração desde o Sermão da Montanha: a reconciliação com o irmão antes de apresentar a oferta no altar; o amor aos inimigos e a oração pelos perseguidores; orar ao Pai 'no segredo' (Mt 6, 6); não se perder em fórmulas palavrosas; perdoar do fundo do coração na oração; a pureza do coração e a busca do Reino".
Eis o caminho que somos convidados a fazer com Maria, em família, à luz da Palavra.
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