Sabemos poucas coisas sobre Santo André. Mas aquelas que conhecemos pelas Sagradas Escrituras oferecem várias luzes. Leia MaisA cruz de Santo André
Era irmão de Pedro e um dos Doze Apóstolos, conhecido também como o Protóklitos, que significa "o primeiro chamado".
Talvez um primeiro aspecto a destacar seja a sua busca. Começou como discípulo de João Batista e, por indicação dele, aproximou-se do Mestre e O seguiu (Jo 1,35ss).
Naquela tarde, que André e o outro discípulo guardaram com tanto carinho na memória (Jo 1,39), foi uma simples pergunta a que quebrou o gelo e abriu uma relação que duraria por toda a vida e para além dela. Tiveram a coragem de perguntar ao Mestre: "Rabi, onde moras?" (Jo 1,38).
O Apóstolo André talvez inspire os homens e mulheres de hoje a não ter medo de fazer as perguntas que vão lhes permitir encontrar as verdadeiras respostas. Isto fica ainda mais claro num momento posterior:
"Saindo da cidade (Jerusalém), um discípulo fez notar a Jesus o espetáculo dos muros sólidos sobre os quais o Templo se apoiava. A resposta do Mestre foi surpreendente: disse que não ficaria em pé nem sequer uma pedra daqueles muros. Então André, juntamente com Pedro, Tiago e João, interrogou-O: 'Diz-nos quando tudo isto acontecerá e qual o sinal de que tudo está para acabar" (Mc 13,1-4).
Podemos deduzir, deste episódio, que não devemos ter receio de fazer perguntas a Jesus, mas, ao mesmo tempo, devemos estar prontos para receber os ensinamentos, até surpreendentes e difíceis, que Ele nos oferece*.
Um último elemento pode ser destacado. Quando Jesus está chegando ao final de sua vida terrena, após sua entrada messiânica em Jerusalém (Jo 12,12ss), João nos conta sobre "alguns gregos entre os que subiram para adorar durante a festa" (Jo 12,20). Estes gregos – estrangeiros, "tementes de Deus" – reconheceram algo diferente em Jesus e desejaram se aproximar Dele.
Nesta passagem, participam dois Apóstolos com nomes gregos: Filippos e Andreas. Possivelmente se fizeram de intérpretes dos gregos para levar esse desejo-pedido a Jesus (Jo 12,22). Assim, André nos encoraja a sermos os intérpretes dos homens e mulheres de hoje e, para além das barreiras da linguagem, perceber e interpretar o desejo de "ver Jesus".
Enfim, o testemunho do seguimento de cada um dos Apóstolos lembra a vocação que temos todos nós, batizados, de sermos também apóstolos no coração do mundo.
* S.S. Bento XVI, Audiência Geral, 14 de junho de 2006.
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