O que você poderia esperar de uma mulher analfabeta, do século XIV, que morava com os pais?
Pois bem, Deus sabe encontrar, no coração bem disposto, possibilidades incríveis de santidade e de cura para um mundo em conflito. Esta mulher, que desde a adolescência entrou na Ordem Terceira de São Domingos, ficaria conhecida no mundo inteiro pela sua profunda espiritualidade, boa doutrina e inspiração celeste.
Ela, além de ser uma das quatro mulheres que mereceu o título de “Doutora da Igreja”, é também — junto a cinco grandes santos — invocada como padroeira da Europa. Esta mulher chama-se Catarina.
De onde veio esta capacidade? Como ela conseguiu isso tudo?
Na obra chamada Diálogo sobre a Divina Providência, fica o testemunho do que ela experimentou da parte de Deus: “Vendo-me em Ti, vi que sou imagem Tua por aquela inteligência que me é dada como participação do Teu poder”*.
Talvez isso seja o fundamental, ela não pensava ter capacidades especiais, ou que as graças recebidas lhe pertencessem de forma exclusiva. Passou sua vida em presença de Deus e, ao mesmo tempo, em constante referência a seus irmãos.
Os textos da liturgia nos contam de forma sucinta que ela “nasceu em Sena (Itália), em 1347. Cheia de amor por Deus e pelo próximo, trabalhou incansavelmente pela paz e a concórdia entre as cidades; defendeu com ardor os direitos e a liberdade do Romano Pontífice e promoveu a renovação da vida religiosa”*.
A Historiografia, por sua parte, nos dará mais detalhes ao contar o importante papel que ela teve no combate ao Cisma do Ocidente (que afetou de forma especial o Ministério do Papa), contribuindo para a unificação da Igreja; como também seu importante papel na restauração da paz entre cidades-estados italianas.
Para além da obra dela (que inclui mais de 300 cartas dirigidas a uma grande diversidade de destinatários) fica conosco o testemunho de um coração inflamado de amor “na contemplação da Paixão do Senhor e no serviço da Igreja”*.
As palavras dela mesma podem resumir bem o movimento constante na vida desta santa: “Tu, Trindade Eterna, és como um mar profundo, onde quanto mais procuro mais encontro; e quanto mais encontro, mais cresce a sede de Te procurar”*.
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Fonte: * Com Informações de Liturgia das Horas. Textos do dia da festa de Santa Catarina de Sena
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