Espiritualidade

Santa Rosa de Lima abriu as portas da santidade em terras latino-americanas

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

23 AGO 2014 - 07H00 (Atualizada em 23 AGO 2023 - 10H13)

Reprodução/ Wikipedia

Isabel Flores y Oliva era a terceira dos onze filhos de Gaspar Flores e Maria Oliva. Nasceu em 1586, em Quives, província de Lima.

O nome Rosa era, inicialmente, um apelido carinhoso por causa da enorme beleza dessa jovem. Somente quando se consagra totalmente a Deus é que o adota oficialmente, passando a se chamar Rosa de Santa Maria.

Shutterstock
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A história de Santa Rosa de Lima é a história de uma pessoa apaixonada por Cristo. É um sinal para todos nós, que vivemos ainda hoje em meio a tantas ofertas do mundo, que muitas vezes parecem que são melhores e mais bonitas que a proposta de Deus.

Santa Rosita, como é conhecida em Lima, nos ensina, com sua vida, que a maior de todas as ofertas é a de Deus. Ela dizia: “O prazer e a felicidade que o mundo pode me oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto”. Ela se referia à experiência de amor que tinha com Deus. Para ela, nada era melhor do que o amor de Deus.

E Santa Rosa conheceu as ofertas do mundo. Por sua beleza e bondade, foi muito cortejada pelos homens que a pediam em casamento. Mas, justamente na época de se casar, ela emitiu seus votos de castidade e tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, mesmo contrariando a vontade de seus pais. Não quer dizer que ela rejeitava o matrimônio, mas que ela experimentava a necessidade de reafirmar a sua opção por colocar o amor de Deus antes que tudo na sua vida, consagrando-se totalmente a Ele.

Reprodução/ Museo del Prado
Reprodução/ Museo del Prado

Quando penso em Santa Rosa, vejo a imagem de alguém que amou realmente. E quando se ama de verdade, se deseja estar com a pessoa amada sempre, inclusive nos momentos dolorosos. Porque amava a Deus, sempre foi muito caridosa com as pessoas mais necessitadas, ajudando muito aos pobres e sofrendo junto com eles por compaixão.

O Catecismo da Igreja Católica menciona uma frase dita por Santa Rosa, que mostra como ela estava unida a Cristo na dor: “Fora da Cruz não existe outra escada por onde subir ao céu”. Certamente, ela abraçou essa escada com todo seu coração, respondendo ao chamado que Jesus nos faz de “tomar a nossa cruz e segui-lo.” (Mt 16,24)

Leia MaisSantuário de Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina

Rosa de Santa Maria, que é a primeira santa da América do Sul, foi canonizada pelo Papa Clemente, em 1671.

É uma alegria para toda a Igreja, mas, de maneira especial, para a Igreja presente por estas terras, porque vemos como o Evangelho encontrou por aqui uma terra boa para criar raízes profundas e que, tão rapidamente, já começaram a frutificar.

Santa Rosa abriu as portas da santidade que, mais tarde, receberam também a São Martinho de Porres, Frei Galvão e tantas outras pessoas que permitiram que o amor de Deus reinasse em suas vidas.

Hoje estamos em uma etapa importante da Igreja na América Latina, na qual somos chamados a estar cada vez mais firmes na fé para, inclusive, poder ajudar àqueles lugares que um dia nos trouxeram a fé. Uma prova de que estamos respondendo a esse chamado é ver que já fomos capazes de dar à Igreja o primeiro Papa latino-americano. O Papa Francisco é fruto de cinco séculos de evangelização em nossas terras. É fruto dessa Palavra de Deus, que é semeada e “nunca volta vazia”, como podemos ler em Is 55,11

Alegremo-nos pelo dia de hoje. Pela fé que recebemos e que acolhemos em nossas terras. Agradeçamos, de maneira especial, a todas as pessoas que foram e que são “terra boa” e que permitem que a Palavra de Deus cresça e se espalhe por nossos países latino-americanos. Perguntemo-nos também como nós podemos ser melhores terras, para permitir que o amor de Deus chegue a todos os cantos do nosso imenso território.

Santa Rosa de Lima, rogai por nós!

Escrito por:
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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