Quando pensamos num sábio, a figura que pode vir ao nosso imaginário é um homem velho, com barba longa, escondido no alto de uma montanha. De sentenças curtas e um tanto enigmáticas.
Pois bem! Para os cristãos, nosso Mestre, Jesus, foi um judeu itinerante, que tinha contato vivo com a natureza e que se aproximava do povo para ensinar e curar.
Leia MaisSanta Mônica e a Oração pelos Filhos: Renovando a Confiança e a EsperançaA importância do silêncio na vida espiritual: aprendendo a ouvir a Voz de DeusSão Bernardo e o caminho da paz interiorGregório, de alguma forma, acolheu esse exemplo.
“Nasceu em Roma por volta do ano 540. Tendo tomado carreira política, chegou a ser nomeado prefeito de Roma.
Abraçou a vida monástica, foi ordenado diácono e desempenhou o cargo de legado pontifício em Constantinopla.
No dia 3 de setembro do ano 590, foi elevado à Cátedra de Pedro, cargo que exerceu como verdadeiro bom pastor no governo da Igreja, no cuidado dos pobres, na propagação e consolidação da fé”*.
Bom pastor, assume o ministério de cuidar dos que lhe foram confiados. Ele mesmo compara os pastores da Igreja com a sentinela que “está sempre num lugar alto, a fim de perscrutar tudo o que possa vir de longe. Todo aquele que é colocado como sentinela do povo, deve, portanto, pela sua vida, situar-se bem alto, para ser útil com a sua previdência”**.
O que surpreende é como, ao mesmo tempo, é capaz de reconhecer sua própria limitação:
“Ó como são duras para mim estas palavras que digo! Ao falar assim, estou a ferir-me a mim próprio, porque nem a minha pregação, nem a minha vida estão à altura da missão que desempenho”. Realmente, não tem medo de admitir que “também eu próprio sou fraco”**.
Assim levou sua vida cristã: ocupando-se dos problemas de igrejas e mosteiros, servindo como juiz da atuação de pessoas particulares, ocupando-se de assuntos de ordem civil, lamentando os estragos dos exércitos invasores dos bárbaros, zelando para que os religiosos vivessem suas regras comunitárias, tratando com os homens do mundo.
Fez contribuições importantes na Liturgia, na música sacra e organização da Sé Romana. E no meio disso tudo, buscava tempo para o próprio espírito se recolher, para preparar seu ministério da Palavra, para se dedicar à pregação.
Ele foi Papa, santo e Doutor da Igreja. Temos em Gregório um verdadeiro Padre da Igreja. É só olhar a vida dele para entender porque foi chamado de Magno, “o Grande”. Com a liturgia podemos rezar confiantes:
“Por intercessão do papa São Gregório Magno, concedei o espírito de sabedoria àqueles que escolhestes como mestres e guias da Igreja, para que o progresso dos fiéis seja a alegria eterna dos seus pastores”*.
* Textos do dia da festa de São Gregório Magno, na Liturgia das Horas.
** Das Homilias de São Gregório Magno sobre o profeta Ezequiel.
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