Estamos no meio de uma pandemia, e como uma forma de lidar com ela, muitos países têm adotado e promovido medidas importantes para prevenir um possível desastre. Estas medidas são o isolamento, o distanciamento, a quarentena, o lock down.
Talvez a mais importante neste momento seja o isolamento social, o qual consiste na separação de indivíduos ou grupos, resultando em falta ou diminuição de contato social e/ou comunicação. Esta separação pode ocorrer por separação física ou barreiras sociais.
Isolamento, nesse contexto, é um conceito que está atrelado ao de quarentena. O lock down é o bloqueio total de movimentação. E, diferentemente do isolamento, no distanciamento social, a tentativa é de minimizar o contato com outras pessoas, mas algumas atitudes cotidianas são permitidas.
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O que nos interessa discutir aqui não é qual estratégia é a melhor, senão o que podemos aprender com esta nova maneira de viver. Primeiramente, nossa motivação, nossa atitude, nunca deve estar centrada na autopreservação, senão na solidariedade.
Certamente, é uma oportunidade para uma mudança importante em nossas vidas, precisando da adaptação, com atitude de crescimento e de criatividade, rechaçando a alienação ou individualismo.
Trata-se de viver a liberdade interior, disciplinando o nosso coração, regulando nossos pensamentos, sentimentos. Desta maneira, cuidaremos de nossa dimensão espiritual e psicológica.
Estas experiencias espirituais e psicológicas na nossa vida pessoal e social também nos mostram como deve ser nossa relação com Deus, pois é o próprio Deus que nos fala no silêncio e na oração. O ser humano não é um ‘que’, um ‘algo’, senão um ‘quem’, um ‘alguém’. É um ser pessoal, com um certo grau de autonomia e de transcendência.
Será que o Senhor, com esta experiência, não gostaria que nós nos revisássemos no silêncio e nos questionássemos como está o nosso interior, a nossa experiência de oração pessoal? Fomos criados à imagem e semelhança do Filho, e nosso ser aponta, pois, para o encontro. É o encontro fundamental do qual nos fala o Apocalipse:
“Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, Eu com ele e ele Comigo.” (Ap 3,20).
Que este tempo de quarentena seja um tempo de graça, tempo de reflexão, em que não tenhamos medo do “vazio” do silêncio, que não seja um isolamento, mas uma liberação, em que possamos descobrir que somos seres para o encontro, e também a grandeza da nossa liberdade interior em Cristo Ressuscitado.
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