Formação

Dogmas da Igreja: o Purgatório

Escrito por Letícia Dias

31 JAN 2025 - 11H26 (Atualizada em 06 FEV 2025 - 09H37)

SvetlanaSF/ shutterstock.

Estamos neste caminho formativo sobre os 43 dogmas da Igreja, onde vimos as doutrinas relacionadas a Deus, a Jesus Cristo, à criação do mundo, à Virgem Maria, ao Papa e à Igreja.

Percorremos formações acerca dos dogmas relacionados às últimas coisas (Escatologia).

Iniciamos pelo dogma da morte e sua origem, vimos também sobre o “céu” e acerca do inferno e, hoje, tentaremos entender o dogma — o purgatório.

O purgatório se refere a purificação final após a morte, para que os que morreram na amizade com Deus, mas ainda não estão purificados por completo, possam alcançar a santidade necessária para entrar no céu.

Podemos dizer que este estado expressa a misericórdia de Deus, pois permite, como dito anteriormente, que as almas que ainda necessitam de purificação tenham a oportunidade de alcançar a vida eterna.

“A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao Purgatório sobretudo nos concílios de Florença (622) e de Trento (623).” (Catecismo da Igreja, 1031).

O Catecismo explica que na Bíblia há textos que mencionam um fogo purificador que diz respeito ao purgatório:

“Pelo que diz respeito a certas faltas leves, deve crer-se que existe, antes do julgamento, um fogo purificador, conforme afirma Aquele que é a verdade, quando diz que, se alguém proferir uma blasfêmia contra o Espírito Santo, isso não lhe será perdoado nem neste século, nem no século futuro (Mt 12, 32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas neste mundo e outras no mundo que há-de vir»” (CIC 1031).

Também alguns santos tiveram visões do purgatório, como Santa Faustina, que, inclusive, descreveu:

“Vi o Anjo da Guarda que me mandou acompanhá-lo. Imediatamente encontrei-me em um lugar enevoado, cheio de fogo, e, dentro deste, uma multidão de almas sofredoras. Essas almas rezavam com muito fervor, mas sem resultado para si mesmas; apenas nós podemos ajudá-las” […] “E perguntei a essas almas qual era o seu maior sofrimento. Responderam-me, unânimes, que o maior sofrimento delas era a saudade de Deus.”.

Desse modo, é importante recordar que as nossas orações e indulgências que oferecemos pelas almas no purgatório possuem esse “poder” de conduzi-las a graça de Deus, a presença Dele nos céus.

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