PÁGINAS DE HISTÓRIA DA IGREJA
HISTÓRIA ANTIGA 17
Grandes valores da Igreja do Oriente
Nos últimos artigos, estamos conhecendo um pouco mais da vida, da história e da liturgia da Igreja do Oriente, também conhecida como Igreja Ortodoxa. E em sua organização sobressaia a força do Patriarcado do Oriente, o segundo do mundo após Roma.
Leia MaisVocê sabia que existem Igrejas Católicas Orientais?A Igreja do Oriente também sobreviveu à queda do Império Romano do Ocidente. Com a tomada de Roma pelos Povos Germânicos, Constantinopla ou Bizâncio, a nova Roma seria a capital que sobreviveria a todos os ataques e ameaças, e o Império Romano do Oriente sobreviveria até o ano de 1453.
No Império Bizantino e na Igreja do Oriente havia grandes valores, entre eles podemos destacar a Vida Monástica com seu impressionante legado para toda a cristandade e a força do Patriarcado de Constantinopla, em sua estreita ligação com o imperador.
A alma da Igreja do Oriente sempre foram os mosteiros com seus monges que se tornariam promotores de espiritualidade, conselheiros populares e defensores da ortodoxia. A vida monástica ocidental, em sua formação e renovação, dependeu muito e bebeu da fonte do Oriente.
Pelo fato de o clero no Oriente poder contrair matrimônio, muitos bispos saiam do quadro dos mosteiros, levando ao mundo leigo sua formação gabaritada e sua espiritualidade monacal.
Os monges contribuíram grandemente com a arte, com a literatura e a tradição litúrgica da Igreja. Davam conselhos e conforto espiritual a todas as classes, sendo muitos deles conselheiros dos nobres e dos imperadores. Assim, se tornaram testemunhas vivas da disciplina, da moral e da vida cristã, mantendo uma tradição de oração contemplativa, de gosto pelo silêncio, pela mística e pela oração.
Dois centros monásticos marcaram a vida cristã medieval com suas propostas de reforma e de liturgia: O Mosteiro de Estúdio, obra de São Teodoro Estudita (959-826), que reformou a vida cenobítica e o Mosteiro de Monte Atos-Montanha Sagrada, fundado pelo monge grego Atanásio, no ano de 963. Foi ali que o monacato bizantino mostrou sua máxima vitalidade.
O mosteiro do Monte Atos, hoje um enclave protegido pelo governo grego, viu o erguimento de mosteiros de todos os povos da Igreja ortodoxa: gregos, georgianos, russos, sérvios e búlgaros. O Monte Atos tornou-se o centro supranacional do mundo ortodoxo.
Lance Missionário ortodoxo
Nos séculos IX e X, a Igreja bizantina conheceu notável impulso missionário, que a levou a trabalhar pela conversão dos búlgaros, dos sérvios, húngaros, tchecos, eslovacos e grande parte da Europa do leste. Este apogeu de sua ação missionária se deu no ano de 989, quando os russos aderiram à fé católica. Até hoje esses povos têm como referência o patriarcado de Constantinopla, mesmo estando organizados em Igrejas autocéfalas, isto é com jurisdição própria e com a constituição de outros patriarcados como o de Moscou que se rivaliza com o de Constantinopla.
O Patriarca de Constantinopla
Leia MaisA Igreja no Império do OrienteO Império BizantinoSe o bispo de Roma era o sucessor do apóstolo Pedro, o patriarca do Oriente considerava-se o sucessor de Santo André. O patriarca era a mais importante autoridade do Império. Era ele o responsável pela Grande Igreja (Hagia Sofia), pela diocese, pela ortodoxia e a disciplina, pelos bens da Igreja e pelas causas jurídicas nas quais era a última instância.
Toda a Igreja bizantina, com seus mosteiros, bens, tribunais e paróquias, estavam sob sua autoridade e influência. Esta autoridade devia, porém, ser aceita pelo Sínodo Permanente, pelos metropolitas, pelos bispos e pelo clero. O patriarca era o papa da Nova Roma, mas diferentemente da evolução da autoridade do Papa para uma autoridade pessoal, a Igreja do Oriente caminhou para uma organização mais sinodal na qual a autoridade somente pode ser exercida na comunhão das igrejas.
Busca pela unidade
Após quase um milênio de separação quando em 1054 o papa e o patriarca se excomungaram reciprocamente Roma e Constantinopla, Oriente e Ocidente buscam se conhecer melhor e se reconhecer na única e indivisível Igreja. Desde o pontificado do santo Padre Paulo VI, como resultados de uma nova eclesiologia do Vaticano II busca-se a união, mesmo apesar das diferenças.
Mas é bom lembrar da existência de outras Igrejas, que sobreviveram em circunstâncias heroicas, e hoje existem como minorias entre pagãos e muçulmanos. Entre elas destacamos a Igreja nestoriana da Índia que não aceitou o Concilio de Éfeso em 431. Existe também a Igreja copta ou monofisita do Egito e Etiópia que rejeitou o Concílio de Calcedônia em 451.
Estas divisões mostram o Corpo de Cristo dilacerado, mas se alimentando dos mesmos sacramentos e da mesma liturgia e há 16 séculos gerando santos e mártires.
A Basílica de Santa Sofia
A Basílica de Santa Sofia é uma das mais importantes construções do Império Bizantino. Entre os anos 532 e 537, foi construído um grande edifício para ser a catedral de Constantinopla.
A Basílica de Santa Sofia passou por três fases em sua história. A primeira foi anexando a primeira grande construção que existia no lugar onde se encontra. A segunda foi uma reformulação encomendada pelo Imperador Teodósio II, em 415, mas que foi destruída em grande parte por causa de um incêndio. A reformulação que se fez necessária gerou a construção da forma como conhecemos hoje.
O imperador Justiniano I ordenou a reestruturação da basílica logo após o incêndio, providenciando, porém, a construção de uma basílica maior e mais majestosa em relação às anteriores.
Desde sua primeira versão, em 360, até 1453, a Basílica de Santa Sofia, também chamada de Hagia Sofia, foi utilizada pela Igreja Ortodoxa Bizantina. Entre 1204 e 1261, contudo, ela foi ocupada pelos cruzados latinos, transformando-se em um templo do Patriarcado Latino do Oriente. Após 1453, como a cidade foi atingida pela expansão islâmica e conquistada a Basílica tornou-se uma mesquita muçulmana até 1931, quando foi transformada em um museu.
O nome completo da basílica é Igreja da Santa Sabedoria de Deus. A construção é mundialmente famosa não só por seu valor histórico, mas também por sua arquitetura, um projeto do médico Isidoro de Mileto e do matemático Antêmio de Trales, ambos gregos. A edificação possui uma enorme cúpula que é considerada um marco da arquitetura.
Durante quase mil anos foi considerada a maior catedral do mundo, perdendo o reinado apenas para a Catedral de Sevilha em 1520.
A Basílica de Santa Sofia possui um patrimônio cultural riquíssimo, testemunho de várias fases da história, apesar de que muita coisa se perdeu ao longo dos tempos e com as diversas reviravoltas políticas e religiosas que presenciou. Um desses episódios se deu quando o Império Otomano conquistou Constantinopla promovendo a remoção ou cobrindo grande parte de sua decoração artística composta por mosaicos e outras artes com marcas da cultura islâmica.
Depois de quase cinco séculos de domínio islâmico, Kemal Atatürk determinou que a basílica fosse aberta ao público como museu, abrigando e expondo a todos a sua rica história.
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