Quem já teve oportunidade de visitar Roma pessoalmente, ou conhecê-la pelas imagens de TV, ou pelas Redes Sociais, seguramente ficou encantado com sua arquitetura monumental, onde se destacam as suas igrejas e basílicas.
Dando continuidade sobre a história de Roma, falamos da arquitetura que impressiona a todos pela durabilidade, imponência e praticidade.
Entre os legados de Roma, sua arquitetura é uma das tradições mais duradouras da história, constituindo-se num dos maiores patrimônios que o seu poderoso império deixou para a humanidade.
Desenvolvida a partir do século VI a.C., incorporou elementos dos povos conquistados como os etruscos e gregos, adaptando-os a fim de criar um estilo próprio que impactou profundamente a arquitetura ocidental.
Depois do período meio obscuro e de muita destruição como foram os tempos das invasões dos Povos Germânicos a partir do século IV, e nos primeiros séculos da Idade Média onde se formaram os novos reinos Europa afora, aos poucos Roma e por tabela a Itália foram recuperando o seu pleno vigor de outrora.
Legado arquitetônico tem a marca de pioneirismo
A arquitetura romana tem características próprias onde se destaca o uso intensivo do arco e da abóbada. Diferentemente dos gregos, por exemplo, que se destacaram pelo uso de colunas e capitéis de ao menos 03 estilos, os romanos usaram e abusaram do arco semicircular, podendo erguer grandes estruturas arquitetônicas.
A combinação de arcos e de abóbodas permitiu a construção de edifícios bem mais altos com espaços interiores mais amplos, coisa que ainda não se vira nas demais civilizações.
O arco permitiu a criação de pontes, aquedutos e edifícios monumentais que podiam suportar grandes pesos. A abóbada, por sua vez, foi usada para cobrir grandes espaços interiores, como se via nas basílicas e nas termas.
É por isso que na atualidade se pode ver, até onde nossa vista alcança, a grande quantidade de cúpulas que somente foram possíveis por causa da utilização combinada desses dois elementos.
Por um lado, em Roma são encontradas basílicas em estilos românico, edifícios pesados, baixos com ambientes poucos iluminados; por outro lado são encontradas catedrais que, graças a estes elementos, são altas, claras e bem mais arejadas.
Outra marca do pioneirismo romano está na utilização do concreto, material versátil e durável que ajudou a revolucionar a arquitetura, chegando até os nossos dias. Feito de uma mistura de cal, areia, água e outros elementos, o concreto permitiu a construção de formas arquitetônicas inovadoras, como cúpulas e complexas abóbadas, que são impressionantes obras da engenharia e arquitetura.
A utilização desses elementos inovadores permitiu a criação de estruturas monumentais, mas harmoniosas, como o panteão ou as quatro basílicas maiores: São Pedro, no Vaticano; Santa Maria Maior ao Esquilino; São João de Latrão e São Paulo Fora dos Muros.
Construção civil e obras religiosas
Alguns elementos da arquitetura romana que chegaram até os nossos dias, com exemplares muito bem preservados, outros em completo estado de destruição que o tempo, os terremotos e as invasões lhes impuseram, são característicos da combinação dos elementos supra citados.
Os templos romanos dedicados aos deuses, que no período de apogeu do Império chegavam mais ou menos a 40 mil, como construções religiosas combinavam elementos dos templos dos etruscos e gregos, sendo geralmente construídos sobre uma base elevada, apresentando colunatas e frontões (fachadas) decorativos.
A maioria dos templos era feita para homenagear o seu deus e não para abrigar pessoas em seu interior. Deve-se a isso as dimensões, às vezes diminutas, da maioria dos templos. Alguns templos foram transformados em igrejas após o reconhecimento do cristianismo.
Os anfiteatros, por sua vez, eram grandes arenas usadas para o entretenimento do público, incluindo jogos, corridas, lutas de gladiadores e espetáculos teatrais. A forma de sua construção ovalada permitiu que grandes multidões pudessem assistir aos espetáculos do lugar onde estivessem.
Além da grande arena existiam também as galerias e corredores que permitiam o acesso e locomoção das pessoas. No subsolo uma série de espaços eram destinados aos que iam participar livre ou forçadamente dos espetáculos, como cristãos que ali foram martirizados.
Quase todas as capitais de província ou cidades de maior porte se rivalizavam para ter o seu anfiteatro como maneira de se destacar no conjunto do império.
As basílicas, por sua vez, eram grandes edifícios retangulares usados com fins comerciais, para a administração da justiça ou reuniões públicas. Elas apresentavam naves centrais altas com corredores laterais e uma ábside em uma ou em ambas extremidades.
Com o advento do cristianismo, muitas dessas basílicas foram transformadas em edifícios de culto cristão, sofrendo as adaptações necessárias.
As termas romanas eram um complexo de banhos públicos que incluíam piscinas, salas de vapor (saunas), ginásios e jardins e, por isso, ocupavam grande área. Essas estruturas serviam tanto para higiene quanto para a socialização e ali também se tomavam grandes decisões.
Os aquedutos, como sistemas de engenharia sofisticados, transportavam água de fontes distantes para as cidades. Utilizando arcos e canais elevados, os aquedutos são exemplos notáveis de como a arquitetura romana atendia às necessidades da sociedade.
O império era o primeiro responsável pela construção das obras públicas, como as pontes tão necessárias na transposição de rios, cursos d'água e precipícios. Construídas com arcos robustos, usando a pedra e o concreto, muitas dessas construções sobreviveram ao tempo, sendo utilizadas até hoje, como testemunhos da durabilidade e do design avançado das obras romanas.
Planejamento urbano e redes de estradas
Os romanos foram mestres do planejamento urbano, criando os quarteirões urbanos bem traçados ou redes de estradas que conectavam quase as principais partes do império. Elas partiam da capital em direção aos quatro cantos do Império e algumas, como a Via Ápia, eram calçadas de pedra e incluíam marcos de milhas para orientação dos viajantes.
Leia MaisComo se celebrava e se vivia a Quaresma nos primórdios da IgrejaHistória de Roma: de capital do maior império a sede da IgrejaAs catacumbas de RomaEm Roma e em outras partes do império existia o fórum, palavra tão usada ainda hoje, como centro cívico e comercial da cidade para onde convergia toda a vida dos cidadãos. O Fórum de Roma é um exemplo clássico, com a integração de templos, basílicas, tribunais e mercados reunidos em um só espaço.
As habitações romanas podiam ser as chamadas insulae, edifícios de apartamentos de vários andares para as classes médias e baixas; a domus, casas luxuosas para as famílias ricas, mas existiam também os milhares de casebres e barracos fora dos muros ou nos subúrbios onde moravam os deserdados da sociedade.
A arquitetura romana influenciou o desenvolvimento da arquitetura ocidental. No período do Renascimento os arquitetos redescobriram e se inspiraram nas técnicas e estilos romanos. Elementos como arcos e cúpulas continuaram a ser usados e reinterpretados em diferentes períodos, desde o Renascimento ao Neoclassicismo.
Além do mais, a engenharia romana estabeleceu padrões para infraestrutura urbana e construção civil que continuam a ser fundamentais na arquitetura moderna como testemunho da engenhosidade, inovação e estética dos antigos romanos.
Combinando funcionalidade e beleza, os romanos criaram estruturas que não apenas atendiam às necessidades práticas das pessoas, mas também inspiravam admiração e reverência. Seu legado é visível não apenas nos monumentos antigos que ainda permanecem de pé, mas também na contínua influência sobre a arquitetura e a engenharia modernas.
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