PÁGINAS DE HISTÓRIA DA IGREJA
HISTÓRIA ANTIGA 06
No ano 70 de nossa era, a cidade de Jerusalém foi definitivamente conquistada e dominada pelo exército de Roma. Com isto, a Igreja se viu livre do messianismo judeu, podendo se expandir com mais liberdade pelo mundo conhecido da época. A partir daí, o cristianismo chegaria até Roma, capital do império e maior cidade do mundo naquele tempo. Nesta época, a população de Roma se aproximava de um milhão de habitantes.
Mas é preciso entender que o crescimento e a vitória do cristianismo não vieram de modo fácil, sendo conseguidos a alto custo, devido a diversos fatores.
A unidade política estabelecida por Roma e a segurança que existia favoreceram a expansão do cristianismo entre os diversos povos das províncias, pois esta as viagens e o contato entre as comunidades eram feitos com mais tranquilidade. O crescimento do cristianismo se deve também a fatores de ordem moral e religiosa, pois aquilo que as pessoas não mais encontravam nos costumes e tradições dos romanos, devido à corrupção moral e crise de valores, encontravam agora no cristianismo. Além disso, o politeísmo dos romanos já estava em decadência e as pessoas não encontravam mais na antiga religião do Império as respostas que buscavam. Nesta época, o conjunto de deuses que formavam o panteão romano se aproximava de 40 mil.
O caráter universal e igualitário do cristianismo também atraia muitas pessoas, sobretudo aquelas das classes baixas e empobrecidas e, ao lado disso, a decadência do sistema sócio-político do império romano favorecia a expansão do cristianismo. Finalmente uma última razão da vitória do cristianismo foi a força do sangue dos mártires, sobretudo na era das perseguições que se seguiria.
As perseguições do Império e suas razões
Mas fica uma pergunta: Por que os cristãos foram perseguidos? Se eles não faziam mal a ninguém, por qual motivo surgiram as perseguições?
Basicamente, podemos indicar diversas causas das perseguições: O cristianismo por si só já era uma ameaça à sobrevivência do estado romano, por causa do modelo de vida que propunha, baseado na fraternidade e igualdade, enquanto o estado romano propunha um modelo exatamente contrário, pois a base do império era a desigualdade entre as pessoas e classes sociais.
Leia MaisViagens Missionárias de São Paulo ApóstoloA Era Apostólica da Igreja PrimitivaAs Primeiras comunidades e a formação da IgrejaCristianismo - Da Pregação de Jesus até ConstantinoO cristianismo se tornou uma religião proibida e as reuniões dos cristãos foram colocadas na relação daquelas reuniões proibidas e censuradas.
Com a proposta de um Deus único, vivo e verdadeiro, o cristianismo ia contra o politeísmo proposto pelo estado romano. Os cristãos eram também contrários ao culto ao imperador, sendo ele um simples homem, cometendo o crime chamado de Lesa-Majestade, que é a mesma coisa que negar o culto ao imperador que se apresentava como um Deus. Este caráter divino dado a um ser humano explica, em grande parte, as mazelas do império, devido aos mandos e desmandos do imperador, que não devia submissão a ninguém.
Aos cristãos também eram atribuídos crimes de natureza comum como: magia, incêndio, negação ao serviço militar e outros crimes. Porém, a maior motivação das perseguições estava no fato de o cristianismo desestruturar o status quo reinante no Império Romano. O cristianismo veio perturbar a ordem sócio-política e econômica existente, que era baseada na união do estado com a religião.
O crime maior estava no próprio fato de apresentar-se cristão. Mas, apesar de todas as perseguições aos cristãos, a Igreja caminharia para tornar-se como que “um estado dentro de outro estado”, por causa de sua organização que, depois da oficialização, seria assumida pelo império.
Fases das perseguições
Nas perseguições, é possível indicar três fases ou etapas diferentes:
1ª Fase:
Nela acontecem perseguições ocasionais, esporádicas e espontâneas, em épocas determinadas. Estas perseguições tinham origem popular. Foi o que aconteceu, por exemplo, no tempo do imperador Nero.
2ª Fase:
Nesta etapa são editadas leis especiais contra os cristãos, com o fim de impedir a expansão do cristianismo ou, ao menos, desorganizá-lo. Estas leis especiais eram chamadas de editos.
3ª Fase:
Nela acontecem as perseguições sistemáticas e generalizadas por todo o império romano. Entre estas, destacam-se as perseguições promovidas pelos imperadores Décio e Diocleciano.
Porém, as perseguições não conseguiram nem diminuir a força e nem acabar com o cristianismo.
Apesar do grande número de cristãos que foram martirizados, calculado entre 70 e 80 mil pessoas, a Igreja saiu vitoriosa. Com o imperador Constantino, terminaria a época das perseguições e começaria uma época de tolerância ao cristianismo. A Igreja se aliaria ao império e, com isto, fortaleceria a sua doutrina e organização. Aproveitando-se da organização do estado romano, iria expandindo-se cada vez mais. Apesar dos problemas e divisões internas, a unidade da Igreja também ajudaria fortemente a sua caminhada.
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