PÁGINAS DE HISTÓRIA DA IGREJA
História Moderna – 10
Desde o século XIV começou a ficar bem claro a necessidade de algumas reformas na Igreja católica para que ela pudesse ser mais fiel à sua missão. Os movimentos reformistas de Wyclif, Jan Huss e de Martinho Lutero foram demonstrações de que a Igreja moderna precisava rever seus rumos, repensar algumas práticas e sistematizar melhor sua doutrina para adaptá-la aos tempos modernos frente às novas doutrinas do humanismo e do racionalismo que surgiam.
Os concílios realizados no período imediatamente anterior da Reforma Protestante como o de Constança (1415-1418), Basíleia (1431-1449) e Latrão (1512-1515) já haviam lidado com algumas questões reformistas importantes, tentando atualizar o pensamento católico. No entanto a difusão do protestantismo nas décadas de 1520 a 1540 forçou a Igreja a atuar com mais firmeza para preservar sua mensagem e evitar a perda de mais fiéis.
Desta forma, sobretudo, depois da explosão do movimento reformista capitaneado por Lutero, Calvino e por Henrique VIII na Inglaterra, a Igreja coloca em marcha algumas mudanças que ficaram conhecidas como Contrarreforma. Esta movimentação da Igreja vai se encaminhar em duas direções principais: Reforma das ordens religiosas tradicionais, com a criação de novas ordens renovadas e convocação de um Concílio Ecumênico para tratar das principais questões relativas à Igreja neste período. O destaque fica então para a criação da Companhia de Jesus e convocação do Concílio de Trento.
A COMPANHIA DE JESUS/A ORDEM DOS JESUÍTAS
Em 1534, o militar e religioso espanhol Inácio de Loyola fundou a Companhia de Jesus.
Seis anos depois (1540), o Papa Paulo II aprovou a criação da ordem e seus Estatutos Gerais. Inspirados numa estrutura militar, os jesuítas consideravam-se “soldados da Igreja” com a missão de combater a expansão do protestantismo.
A principal estratégia dos Jesuítas foi investir na criação de escolas religiosas. Outro instrumento utilizado foi a catequese. Consolidados, os jesuítas empenharam-se em converter ao catolicismo os povos dos continentes recém-conquistados pelos europeus (americanos, africanos e asiáticos).
O CONCÍLIO DE TRENTO
Em 1545, o Papa Paulo III deu início a um Concílio Ecumênico na cidade italiana de Trento. Seu objetivo principal era o de estabelecer uma convincente resposta da Igreja católica às posições religiosas de Martinho Lutero e de João Calvino.
A intenção do Papa ao convocar o Concílio, era promover uma reforma geral na Igreja, o que de fato aconteceu – por esta razão, os historiadores preferem referir-se à Contrarreforma pelo nome de Reforma Católica.
O Concílio foi marcado por intensos conflitos políticos. As guerras entre o Imperador Carlos V (Sacro império Romano-Germânico) e o rei Francisco I (França) chegaram a retardar em vários anos a sua realização, pois fora programado inicialmente para 1537.
Iniciado o Concílio, os conflitos com Carlos V aumentaram ainda mais. Enfrentamentos militares com os protestantes também influenciaram nos resultados do Concílio, tornando inviável a aproximação entre as duas partes. Ao final de dezoito anos, o Concílio foi encerrado, tendo operado mudanças profundas na estrutura da Igreja Católica, ainda que mantendo praticamente inalterado os seus dogmas.
O Concílio manteve a ideia do pecado original, a tradição dos fundadores da Igreja passou a ser mais aceita, além da Bíblia, como fonte de revelação divina, contrariando as posições protestantes. Os abusos, como a venda de indulgências, a Simonia e o nepotismo foram proibidos.
A INQUISIÇÃO E O INDEX LIBRORUM PROHIBITORUM
A única interpretação correta de Bíblia era a da Igreja Católica. Qualquer um que manifestasse divergências doutrinárias poderia passar a ser considerado herege. Essa medida levou ao fortalecimento da inquisição e a criação do Index Librorum Prohibitorum (lista de livros proibidos), que relacionava todos os livros que os católicos estavam proibidos de ler, sob o risco de serem acusados de heresia.
A primeira edição do Index foi publicada em 1559, e incluía, entre outros, o De revolutionibus orbium coelestium (das revoluções das esferas celestes), de Nicolau Copérnico, que expunha o sistema Heliocêntrico, além de obras de Galileu Galilei, Nicolau Maquiavel e Erasmo de Roterdã.
O index foi atualizado pela última vez em 1948, e formalmente extinto em 1966, com o Concílio do Vaticano II.
A Inquisição havia sido criada durante a idade média, mas teve sua atuação fortalecida após a reforma católica. Na Espanha, o Tribunal do Santo Ofício da inquisição foi estabelecido em 1478. Em Portugal ele data de 1536. A principal tarefa da Inquisição era a de investigar os desvios da fé dos cristãos, especialmente nos caso de cristãos-novos (judeus recém convertidos) suspeitos ainda de praticarem o judaísmo escondido (Criptojudeus). A inquisição também passou a investigar casos de desvios de conduta como bigamia ou qualquer tipo de atividade sexual “imprópria”.
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