Em Roma, ainda hoje existe uma antiga tradição nascida no século V, organizada em sua forma final pelo Papa Gregório, o Grande. Naquele tempo, durante a Quaresma e a também na Oitava da Páscoa, as pessoas se reuniam diariamente ao redor do Papa, visitando cada dia uma basílica diferente. Esta tradição passou a ser chamada de “estação”.
As igrejas visitadas eram ligadas ao culto dos mártires, cujas relíquias ficavam expostas para a ocasião. Em cada igreja visitada se celebravam missas, sempre precedidas de uma procissão na qual se cantavam as litanias do santo cuja igreja seria visitada.
Origem da tradição
No período medieval cresceu o costume dos peregrinos visitar os túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo, atitude que pode ser considerada a precursora da peregrinação quaresmal com as pessoas visitando sete basílicas da cidade.
A cada basílica correspondia um dos momentos mais marcantes da jornada realizada por Jesus na noite de quinta para sexta-feira santa quando viveu a sua paixão:
O termo “estação” surgiu a partir de um conceito militar, com o significado de ficar de vigia ou montar guarda, se transformando depois num termo muito apropriado para indicar a atitude cristã de vigilância não com armas como os soldados, mas pela oração e penitência, que caracterizam o sentido da quaresma como um tempo forte na vida da Igreja. O mesmo conceito é também usado ainda hoje para a prática piedosa das 14 estações da via-sacra.
A tradição sofreu uma interrupção no século XIV, quando os papas foram morar em Avignon, na França, sendo retomada pelo Papa Sisto V após o Concílio de Trento, espalhando-se por outras dioceses do continente europeu.
A peregrinação quaresmal teve seu momento mais forte durante o pontificado do Papa Pio IV, sendo muito incentivada por São Filipe Neri (1515–1595), com ele mesmo, descalço, liderando os devotos em sua peregrinação a pé pelas ruas de paralelepípedos de Roma. Em geral, a peregrinação era feita na Quarta e na Quinta-Feira Santa.
A peregrinação da Quaresma hoje
Com o crescimento do turismo religioso em Roma, a peregrinação é realizada em outros dias fora da Semana Santa, mas ainda há pessoas que preferem fazê-la durante os dias santos. Na devoção popular, visitar sete igrejas, capelas ou oratórios na Sexta-feira Santa traz o sentido de caminhar com Jesus dando, revivendo os sete passos que ele deu e ouvindo as sete palavras que ele pronunciou antes de morrer. Entre as igrejas visitadas na peregrinação destacamos as quatro grandes basílicas.
São João de Latrão
É a mais antiga das basílicas papais maiores de Roma, sendo também considerada a igreja-mãe de todas as igrejas católicas, por ser a catedral do Papa, em sua missão como bispo de Roma.
São Pedro
A maior basílica papal, tendo como os seus 218 metros de comprimento, 136 metros de altura até a cúpula e uma área construída de 23 mil metros quadrados. A basílica é considerada uma obra arquitetônica de grande importância pela grandiosidade de sua fachada, pela qualidade do trabalho artístico realizado pelos maiores gênios da arte mundial.
São Paulo fora dos muros
Apesar de sua imponência, em termos de tamanho, a basílica de São Paulo é menor apenas que a Basílica de São Pedro no Vaticano, tendo como um dos seus traços marcantes os seus esplendorosos mosaicos. O Papa Leão X foi o responsável pela sua construção.
Santa Maria Maior
Também chamada de Basílica Libéria, foi desejada pelo Papa Sisto III, em 432, sendo dedicada a Nossa Senhora. O Papa Francisco já expressou o seu desejo de ser nela sepultado.
O trajeto da Peregrinação pelas Sete Basílicas de Roma não mudou muito, somente que o itinerário antes dividido em dois dias pode realizado agora em uma única noite com o percurso de cerca de 25 quilômetros durando cerca de doze horas para ser realizado.
Embora o caminho seja longo, o espírito e o desejo dos muitos peregrinos que a cada ano se reúnem às sete horas na Basílica de Santa Maria, em Vallicella, para ouvir a Santa Missa e depois sair em peregrinação, mostra que, com um pouco de boa vontade e persistência, a peregrinação é possível fazendo com que a quaresma seja ainda mais carregada de sentidos.
Ir. Alan e Camila Morais mostram as principais basílicas de Roma
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