Antes da fundação da cidade de Roma, a região onde ela está localizada, sobre sete colinas, era ocupada por algumas tribos latinas, que dividiam o ano em períodos, nomeados de acordo com seus deuses.
A chegada dos romanos provocou uma mudança nessa estrutura. No princípio dessa importante e poderosa civilização, o ano era organizado em dez meses, começando sempre pelo mês chamado de Martius, nosso março atual. Os outros dois meses que completaram os doze atuais foram acrescentados por Numa Pompílio, o segundo rei de Roma, que governou por volta de 700 a.C.
Importante saber que os romanos não davam nomes apenas para os meses, mas também para alguns dias especiais. O primeiro dia de cada mês se chamava Calendae, no latim, significando “dia de pagar as contas”. Vem daí a palavra calendário. Além disso, havia outros dias especiais: um era chamado de Idus, marcando o meio do mês. O outro chamava-se Nonae, correspondendo ao nono dia antes de Idus. Ainda hoje nós nos referimos ao passado como “os tempos idos”, originários deste nome.
Mas essa era apenas uma das confusões do calendário romano, pois até o imperador Júlio César (+46 a.C.) reformar o calendário, os meses eram sincronizados com o movimento da lua, como hoje ainda acontece nos países muçulmanos, mas as festas relacionadas aos deuses eram designadas pelas estações.
E havia ainda um descompasso de dez dias por ano. A confusão era solucionada com a inclusão de um décimo terceiro mês a cada três anos. Esse mês era chamado de Intercalaris, que deu origem à atual palavra intercalado. Com a ajuda de matemáticos vindos do Egito, Júlio César acabou com essa bagunça, estabelecendo os seguintes meses no calendário, que não era mais lunar, mas agora organizado pelo sol: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October, November e December.
Leia MaisConfira o novo calendário do "Próprio dos Santos"Ai, já chegando bem perto que do que temos hoje, com as diferenças de Quinctilis e Sextilis, que deram origem aos meses de julho e agosto. Ao adotar o calendário solar, em 44 a.C., Júlio César criou o ano de 365 dias e um quarto.
Por causa dessa diferença, a cada quatro anos era necessário atualizar as horas acumuladas com um dia extra. O problema do então chamado calendário juliano é que, na verdade, um ano tem 11 minutos e 14 segundos a menos do que se estimava.
Pra resolver de vez a questão, em 1582, o papa Gregório XIII (+1585), usando da força e do prestígio da Igreja, anulou dez dias do calendário e determinou que os anos que terminassem em 00 só seriam bissextos os divisíveis por 400.
E também o nome “bissexto” tem uma explicação curiosa: em Roma, celebrava-se o dia extra no sexto dia de março, que era contado duas vezes. É por isso também que, a cada quatro anos, o mês de fevereiro tem 29 dias, para compensar a somas dessas horas a mais.
Confira as diferenças entre o calendário da Igreja e o calendário civil
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