História da Igreja na América Latina - parte 8
Até agora nos debruçamos sobre a situação da Espanha em fins do período medieval e início do período conhecido como Idade Moderna. Quando chegamos ao final do século XV a Espanha, juntamente com outras nações europeias sairia à conquista do mundo e aqui, naquilo que se converteria na américa espanhola se depararia com altas civilizações, com um alto grau de desenvolvimento em todos os níveis.
Antes da chegada dos europeus ao continente americano grandes civilizações já estavam estabelecidas em diversas localidades dos territórios do “Novo Mundo”. Diversas dessas, como as civilizações mesoamericanas (astecas e maias) e a civilização andina (incas) atingiram alto grau de desenvolvimento, comparável com as civilizações do médio e extremo oriente.
A civilização asteca estava estabelecida no território do atual México; juntamente com os maias, fixados nas regiões da América Central; os Incas, por sua vez, ocupavam as regiões adjacentes ao longo da Cordilheira dos Andes. Cada uma dessas civilizações era constituída por um verdadeiro mosaico de nações e tribos subalternas ou dependentes. Possuíam avançada organização política, econômica e social.
Teoriza-se que tais civilizações tenham sido derivadas da migração dos mongóis asiáticos para estas regiões, dada a grande semelhança, inclusive, dos traços físicos, comuns aos integrantes destes povos.
Teorias falam da ocupação de nosso continente
Algumas teorias afirmam que o povo mongol talvez tenha migrado da Ásia para a América através das geleiras do Estreito de Bering. Estas civilizações subsistiram até a chegada dos europeus, pelos quais foram, em grande parte, dizimadas, devido à superioridade bélica e tecnológica europeia da época, ou pelas doenças e vícios (como o álcool) transmitidos pelos brancos europeus.
Outra teoria fala de povos que vieram da região da Polinésia, passando de ilha em ilha, usando frágeis embarcações. Mas a primeira teoria, por ter mais elementos que a comprova, é a mais aceita pelos estudiosos.
Períodos da História e Altas Culturas
A história cultural das civilizações mesoamericanas pode ser dividida basicamente em três períodos principais: os períodos pré-clássico, clássico e pós-clássico.
No período pré-clássico, a cultura dos olmecas foi a predominante. Já o período clássico assistiu o desenvolvimento da cultura Teotihuacán e dos Maias. O período pós-clássico foi marcado pelo militarismo e por impérios guerreiros: os Toltecas e os Astecas.
Os primeiros sinais de uma sociedade complexa na Mesoamérica foram os olmecas uma antiga civilização pré-colombiana que viveu nas planícies tropicais do México atual.
Civilização Olmeca:
Perdurou aproximadamente de 1.200 até 200 a.C.. Esta civilização deixou como legado para as civilizações que a sucederam elementos de grande importância como a escrita em forma de hieróglifos. Artefatos produzidos pela cultura olmeca foram encontrados em todas as partes da América Central. Em tais artefatos observa-se o naturalismo e o simbolismo como elementos centrais da arte produzida por esse povo.
Cultura Teothihuacán:
Perdurou no período compreendido entre os anos 1 e 750 d.C. A cidade de Teotihuacán é a possuidora de uma das mais intrigantes paisagens urbanas antigas das Américas. A cultura que aí se estabeleceu foi uma das mais influentes da América Central Pré-colombiana.
Os Maias:
A civilização dos maias surgiu por volta de 1.000 a.C., estendendo-se, com seus últimos membros remanescentes, até o ano de 1697. Algumas das características culturais dos maias são bastante peculiares: apesar de possuírem uma religião e uma cultura em comum, os membros do povo maia não possuíam uma única cidade-capital ou um único governante. Cada cidade possuía autonomia administrativa em relação às outras, sendo chefiadas individualmente por líderes da nobreza local, formando uma espécie de cidade-estado já conhecida em outras regiões do planeta.
Na civilização maia a religião constituía uma das questões centrais na vida de cada membro das comunidades. Tal aspecto levou os povos maias à construção de suntuosos templos sacrificiais em homenagem a seus deuses.
Os toltecas:
Tiveram sua existência situada entre no período que se estendeu de 900 a 1187 d.C.. A sociedade tolteca era eminentemente militarista e guerreira (aspecto verificado através das numerosas esculturas de representação de seus guerreiros), ao passo que, no campo das artes e da arquitetura, o povo tolteca é considerado um dos mais desenvolvidos em relação aos demais povos de sua contemporaneidade. Os toltecas, no período pós-clássico, exerceram grande influência no território correspondente aos maias.
O Império Asteca:
Tinha como capital a cidade de Tenochtitlán. Tal cidade foi fundada em localidade que, segundo a mitologia asteca, fora indicada por seu deus tribal Huitzilopochtli. Segundo essa lenda, tal deus ordenou que seus adoradores encontrassem uma águia em cima de um cacto com uma serpente em seu bico. Este seria o sinal que teriam encontrado sua terra prometida.
A cidade do México, hoje em dia, foi construída neste mesmo local. A lenda possui algum fundo de verdade: os astecas, anteriormente à fundação de sua capital, eram um povo nômade.
A civilização asteca conseguiu atingir um alto nível de sofisticação tecnológica, religiosa e cultural, expresso em suas cidades e monumentos.
Os Incas:
A civilização Inca desenvolveu sua mais importante capital em 1438, nos altiplanos da Cordilheira dos Andes. Os incas desenvolveram seu domínio através de sucessivas conquistas de províncias adjacentes aos seus territórios, que foram assim incorporadas ao seu império. A manutenção destas províncias sob seu domínio foi possível dada a grande eficiência administrativa dos incas.
De acordo com as esculturas que muito representaram os membros da sociedade incaica, pode-se observar que a tipologia média do homem inca possuía características comuns como a estatura baixa e a pele de tonalidade parda. Os incas eram grandes artesões do ouro, da prata e do cobre. Algumas esculturas em ouro representando figuras femininas foram encontradas junto a oferendas aos seus deuses.
A civilização dos incas remonta ao século XII. Teve seu período mais próspero no século XV, quando se expandiu geográfica e culturalmente. Em meados do século XVI, reunia mais de 12 milhões de pessoas, que falavam pelo menos vinte línguas.
Este amplo universo cultural, político e econômico sofreria uma tremenda reviravolta a partir da chegada dos colonizadores europeus representados pelos espanhóis e portugueses.
Padre Inácio Medeiros, C.Ss.R.
Mestre em História da Igreja
pela Universidade Gregoriana
Escreve série sobre a
História da Igreja no Brasil
para o A12.com
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