Martírio de São Pedro e São Paulo

“O dia de hoje é para nós dia sagrado, porque nele celebramos o martírio dos apóstolos São Pedro e São Paulo... Na realidade, os dois eram como um só; embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho”, assim explicou o Bispo Santo Agostinho (354-430) em seus sermões sobre a solenidade de São Pedro e São Paulo, celebrada antes no dia 29 de junho, mas que é transferida para o domingo no Brasil e em outros países.

Esta celebração recorda que São Pedro foi eleito por Cristo e que o Papa, como Sucessor de Pedro e Vigário de Cristo, é o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade, tanto dos bispos como da multidão de fiéis que formam a Igreja. Ele é o Pastor de toda a Igreja, tendo o poder pleno, supremo e universal.

Do mesmo modo, nesta mesma data é comemorado São Paulo, o Apóstolo dos gentios, que antes de sua conversão foi um perseguidor dos cristãos e depois passou, com sua vida e missão, a ser um ardoroso evangelizador dos gentios, sem limites e sem reservas, anunciando a todos o evangelho.

Pedro e Paulo tiveram vida e carismas diferentes, mas trabalharam por uma única causa: a edificação da Igreja de Cristo. A força do testemunho os uniu na vida e no martírio e na cidade de Roma, lugar de sua morte, descansam os seus restos mortais. No lugar onde Pedro foi sepultado, na colina do Vaticano, encontra-se a majestosa Basílica de São Pedro. São Paulo foi preso e levado a Roma, onde foi decapitado no ano 67. Ali está também enterrado no lugar onde se encontra a Basílica de São Paulo Extramuros.

O primado de Pedro

O primado de Pedro está relacionado ao serviço da unidade na fé e na caridade. Sua função ou missão não é de honra ou de recompensa ao mérito. É um serviço. Como líder da Igreja nascente depois da Ressurreição e Ascensão de Cristo, dirigiu os apóstolos como primeiro Papa, assegurando que os discípulos mantivessem a unidade da verdadeira fé.

Por isso, celebrando São Pedro, lembramos do papa, chamado de bispo de Roma, Pensamos no Papa Francisco, tão carismático, tão simples, que passa à Igreja de Jesus Cristo, confiança e humildade, um homem pobre numa Igreja de pobres, para os tempos turbulentos em que vivemos.

Sentido da solenidade

A solenidade de Pedro e Paulo nos mostra que hoje, mais do que nunca, Cristo precisa de apóstolos prontos a sacrificar-se pela causa do Reino; precisa de testemunhas e de mártires como São Paulo.

Na Oração Inicial da liturgia de hoje, pedimos a Deus conceder à Igreja seguir os ensinamentos de Paulo e Pedro que nos deram as primícias da fé. Celebrando o dia de Paulo nos lembramos dos evangelizadores porque todos somos chamados a ser evangelizadores, imitadores de Cristo, estando atentos à Palavra de Deus, de tal modo que, uma vez evangelizados possamos também, à moda de São Paulo, dar a vida pela Igreja de Cristo.

Quando falamos em Pedro lembramos a hierarquia, o poder e a instituição. Quando falamos de Paulo lembramos o carisma, a evangelização e a pregação. Juntos personificam a Igreja, sendo que a fé de Pedro constitui o fundamento sólido da Igreja de Cristo, chamada a ser, como Paulo, discípula e missionária.

E hoje, mais do que nunca devemos rezar. Rezar para que Deus faça de nós cristãos apostólicos, ancorados à fé dos apóstolos Pedro e Paulo. Rezar, também, pelo sucessor de Pedro, o Papa Francisco, para que Deus que o colocou em tal posição o ilumine e o torne capaz de confirmar os irmãos na fé e na caridade.