PÁGINAS DE HISTÓRIA DA IGREJA
HISTÓRIA ANTIGA 13
Mas, tudo isso era uma grande ilusão: há 300 anos, o Império já entrara em decadência. Os povos germânicos, conhecidos pejorativamente como “bárbaros”, por não possuírem a 'cultura' dos romanos, julgada superior, pressionavam as fronteiras. O exército, que abrigava grupos mercenários, não era mais a formidável estrutura protetora e garantia da ordem.
A decadência do império cresceu quando Constantino mudou a sede do Império para Constantinopla, na Ásia Menor, deixando Roma abandonada. No ano 395, Teodósio dividira o Império entre seus filhos, criando um Império Ocidental e outro Oriental.
Povos asiáticos e europeus sonhavam em morar no território imperial: a fama, a cultura romana, as terras férteis, tudo atraía esses povos, que viviam na região norte da Europa ou nos atuais Balcãs. Os nomes de alguns deles entraram para a história, como os ostrogodos, visigodos, borgúndios, francos, anglos, saxões, eslavos, húngaros, búlgaros, hunos, etc.
No ano de 410, o rei visigodo Alarico saqueou Roma antes inexpugnável. Os cidadãos e os cristãos ficaram perturbados e se perguntavam se haveria ainda alguma esperança para o Cristianismo. Mas a insegurança se alastraria cada vez mais.
Em 430, o norte da África estava assediado e prestes a cair. Agostinho, o grande bispo, morre na cidade de Hipona que estava cercada. A Bretanha cristã foi assaltada pelos anglos e saxões e praticamente veria desaparecer de lá a fé cristã.
Em 452, o huno Átila ameaçou tomar e saquear Roma. O papa Leão Magno corajosamente dirigiu-se ao seu encontro pedindo clemência e foi atendido. Santa Genoveva também conseguiu salvar Paris.
Em 476, Odoacro, rei dos hérulos, conquistou Roma. Com isso, os bárbaros ocuparam o trono do ocidente cristão. A partir daí, passaram a guerrear entre si, para o controle e domínio do espólio imperial. Havia bárbaros pagãos e bárbaros tomados pela heresia do arianismo, como os germanos. Isso seria um duplo desafio para a Igreja.
O Império Romano do Oriente ainda resistiria por mais mil anos, mas com território sempre mais reduzido até que, em 1453, Constantinopla seria tomada pelos turcos.
Nesta hora trágica e confusa que o Império Romano enfrentava, a fé cristã e seus pastores assumiram a defesa do povo e dos novos povos, pois sua organização já se sobrepunha à do Império. Igrejas, mosteiros e cidades estavam destruídos. Era preciso socorrer os pobres, reorganizar a vida.
Quando a administração imperial entrou em colapso, os bispos da Igreja passaram a centralizar a organização e o governo dos novos povos, que se estabeleciam dentro do então potente Império Romano. Por causa de sua cultura e qualidades pessoais, os bispos tinham as condições naturais para exercer essa liderança. Especialmente o Bispo de Roma, o papa, iria assumindo progressivamente o posto deixado pelo Imperador.
A partir daí, alguns papas se destacariam muito pelas suas qualidades, como o papa Gregório Magno, que se empenharia em reconstruir a cultura e a cidade de Roma.
Do meio das destruições e da decadência, surgiu uma nova força, primeiramente moral e depois política: a Igreja. Teve início então uma nova etapa da história europeia, chamada de Medieval, que seria marcada pelo predomínio da autoridade eclesiástica. Papas e bispos progressivamente vão refazendo a antiga prosperidade e organização legislativa do Império Romano.
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