No dia 6 de agosto, a Igreja celebra a festa litúrgica da Transfiguração do Senhor no alto do Monte Tabor, na presença dos apóstolos Pedro, Tiago e João. Neste episódio Jesus também apareceu ao lado de Moisés e do profeta Elias, escutando-se de uma nuvem a voz de Deus Pai que dizia “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!” (Lc 9, Mc 6, Mt 10).
A celebração da festa da "Transfiguração do Senhor" já acontece no mundo cristão desde o século V. Ela nos convida a dirigir nosso olhar para o rosto do Filho de Deus, como o fizeram os apóstolos que com ele estavam e viram a sua transfiguração no alto do monte Tabor, localizado no coração da Galiléia.
Referindo-se ao episódio da Transfiguração o grande Santo Tomás de Aquino, afirmou que neste acontecimento “apareceu toda a Trindade: o Pai na voz; o Filho na humanidade; o Espírito Santo na nuvem luminosa”.
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A Transfiguração é considerada um dos cinco marcos da vida de Jesus, de acordo com os Evangelhos, ao lado de seu Batismo, Crucificação, Ressurreição e Ascensão.
Sendo o momento em que a natureza divina de Jesus se manifesta em sua natureza humana, numa prefiguração de sua Ressurreição, uma prévia de seu corpo glorificado, essa passagem não pode ser totalmente entendida a menos que seja considerada no contexto da morte de Jesus no alto da cruz, também no cimo do monte Calvário.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, em seu número 568 “a Transfiguração de Cristo tem por finalidade fortificar a fé dos apóstolos em vista de sua Paixão. A subida à elevada montanha prepara a subida ao Monte Calvário. Cristo, cabeça da Igreja, manifesta o que seu Corpo contém e irradia nos sacramentos a esperança da Glória”.
Além de ter sido uma manifestação divina visível, a Transfiguração do Senhor foi também um fenômeno místico audível chamado de acufania.
O termo acufania vem dos verbos gregos akùein (“ouvir”) e phainein (“manifestar-se”), indicando uma manifestação sobrenatural, percebida como experiência sensorial sonora. A acufania do Monte Tabor abrange, portanto, fatos inexplicáveis captados pelos ouvidos dos apóstolos que estavam com Jesus, assim como em outras manifestações sobrenaturais se pode ouvir o som de sinos invisíveis, de músicas celestiais, locuções espirituais e teofanias.
A teologia da Igreja considera, desta forma, a Transfiguração como uma teofania, ou seja, uma manifestação tanto da vida divina de Cristo como da Santíssima Trindade.
A passagem da transfiguração também pode ser lida e interpretada de forma alegórica, enfatizando a necessidade da transfiguração dos fiéis através da ação do Espírito Santo.
Ela é um suporte para a fé dos seres humanos, a fim de sustentar a sua fraqueza; uma ajuda gradual diante do mistério de Cristo até a Páscoa. A transfiguração é como que um raio da luz do Reino de Deus que é o próprio Cristo, a luz da Páscoa e de Pentecostes, considerado como o tempo da Transfiguração do mundo.
Em nossa jornada de cada dia vamos sendo gradualmente transformados pela ação do Espírito de Cristo através dos sacramentos, especialmente da Eucaristia. A presença perfeita de Jesus Cristo se dá pela transubstanciação e por ela o pão e o vinho se tornam o seu Corpo e do seu Sangue doados para a remissão dos pecados e para a nossa salvação.
Jesus transfigurado já é a expressão concreta daquilo que o cristão é chamado a se tornar através da vivência de seu batismo e, por consequência sua vocação e missão no mundo.
Assim, a transfiguração é uma lição de fé para nós, sendo também uma lição de esperança, quando a proclamação da paixão e da morte se aproxima quando a tristeza e o sofrimento entram em nossa existência e nos tornamos capazes de nos transfigurar com Jesus Cristo para ressurgir transformados e iluminados.
Esta festa nos convida a nos deixar envolver pelo mistério do Filho no qual o Pai coloca todo seu beneplácito e ao qual devemos nos unir em obediência para com ele realizar o plano que o Pai lhe confiou com os plenos poderes do Filho do homem.
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