Igreja

Sangue de São Januário se torna líquido mais uma vez na Itália

Fenômeno aconteceu na Catedral de Nápoles no fim da tarde da segunda-feira (16)

Escrito por Redação A12

17 SET 2021 - 11H13 (Atualizada em 18 DEZ 2024 - 15H18)

Reprodução - Facebook

O fenômeno que envolve o sangue de São Januário atrai a atenção do mundo inteiro. Primeiro, pela devoção que toca os católicos e, depois, pela expectativa que cerca este acontecimento.

Leia MaisPor que somos motivados a honrar o Preciosíssimo Sangue de Jesus?Em parte, todo o mundo espera que ocorra o “milagre”, porque quando ele não acontece é sinal ou prenúncio de alguma tragédia.

Esperado para a manhã de segunda-feira (16), a liquefação do sangue no relicário na Capela do Tesouro, na Catedral de Nápoles, na Itália, aconteceu somente às 17h40 (horário local). O feito também ocorreu em 4 de maio e em 19 de setembro deste ano. 

O sangue nas ampolas já estava dissolvido quando o cofre foi aberto. O Monsenhor Vincenzo De Gregorio, ao chegar ao altar-mor, mostrou aos fiéis as ampolas, que foram recebidas com aplausos e lenços brancos agitados pelos devotos.

“A devoção a São Januário não pode ser assimilada a nenhum fato do folclore, mito ou fantasia. Nossa devoção é acompanhada pela mensagem de Jesus, por isso acreditamos que o próprio Deus está presente na história da humanidade. Januário se torna o companheiro nesta jornada, e ainda hoje nos encoraja a acreditar em Jesus nesta extraordinária história de relacionamento com uma pessoa que morreu há 1700 anos, e que ainda está vivo e presente hoje”.

A última vez que ele não ocorreu foi em dezembro de 2020, no contexto da pandemia de Covid-19Para entender este fenômeno, listamos alguns pontos desta devoção. Confira logo após a foto.  

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Três vezes por ano

Este fenômeno se repete em uma cerimônia cheia de simbolismos e, como dissemos, chama a atenção do mundo inteiro.

As datas esperadas pelos devotos são: 1° domingo do mês de maio, data da primeira trasladação do corpo do santo; 19 de setembro, dia do santo e data de sua morte, e 16 de dezembro, que recorda a procissão realizada com as relíquias do santo em 1631, que impediu a erupção do vulcão Vesúvio.

Liquefação do sangue: fato prodigioso ou milagre?

A liquefação do sangue deste santo, ou seja, quando ele passa do estado sólido para o líquido, é considerada por muitos como milagre. Mas, embora seja uma celebração da qual já participaram papas, a Igreja mantém uma atitude prudente em relação a São Januário.

A dissolução do sangue é chamada pela Igreja de “fato prodigioso”e não um milagre que envolve a fé de todos os católicos. A veneração popular da liquefação é permitida, mas não é reconhecida.




Uma explicação científica dada para o fenômeno, segundo nota do site
Vatican News, é chamada de “tixotropia”, que é quando substâncias chamadas tixotrópicas são encontradas naturalmente em estado sólido, mas conseguem passar para o estado líquido após agitação.

No entanto, em certa ocasião, o cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo emérito de Nápoles, disse que o sangue já estava líquido no momento da abertura do nicho que protege a ampola, antes mesmo de ser retirado e movimentado. 

A celebração em que ocorre o fenômeno

Na celebração, são entoadas canções e invocações ao santo, para o sangue voltar ao seu estado natural, enquanto o abade responsável pela capela ou arcebispo da arquidiocese retira o relicário de um nicho no altar e mostra o sangue. Quando se torna líquido, é agitado um lenço branco.

Se o sangue não se liquefaz imediatamente, iniciam-se preces, rezam-se salmos penitenciais e quando a liquefação ocorre, é entoado o Te Deum, um canto de ação de graças, e os sinos repicam para que toda a cidade saiba do acontecimento.

Vatican Media/Ansa
Vatican Media/Ansa


Quanto ao líquido,
trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas.

O registro mais antigo do “milagre” consta de uma crônica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já somam mais de dez mil!

Quem foi São Januário?

São Januário é o principal padroeiro de Nápoles e, segundo a tradição, viveu no quarto século depois de Cristo. Foi bispo de Benevento em uma época de perseguição aos cristãos. Foi condenado à decapitação e, na ocasião de sua morte, seu sangue teria sido coletado por mulheres presentes no momento.

São Januário chegou a ser retirado do calendário dos santos e sua memória tornou-se facultativa fora de Nápoles.

Quer conhecer a Capela do Tesouro de São Januário? Confira aqui neste link, em 360º.

Shutterstock
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Catedral de Nápoles onde fica a Capela do Tesouro com o sangue do santo


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