Neste ano de 2023, a Igreja no Brasil dedica a sua Campanha da Fraternidade ao problema da fome. Conscientes de que "a fé sem obras é morta" (Tg 2,17), precisamos manifestar nossa compaixão pelos irmãos que sofrem, continuando a obra de Jesus, que veio “evangelizar os pobres, proclamar a libertação aos presos e restituir a liberdade aos oprimidos” (Lc 4,18).
A CF 2023 nos propõe refletir sobre aquela palavra de Jesus dirigida aos apóstolos: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Ele disse isto quando se achava diante de uma multidão de seguidores famintos e foi aconselhado pelos Doze a despedir as pessoas para que cada qual fosse comprar seu alimento.
Jesus tem compaixão; não é insensível, tem um coração que se comove e sente-se ligado àquele povo. E faz seus discípulos participarem de sua obra de misericórdia. “Quantos pães tendes? Ide ver”. São poucos pães e peixes, mas com a força da fé e da oração, vão ser compartilhados com toda aquelas pessoas.
Leia MaisCF 2023: A importância de falarmos sobre a fome“Fraternidade e fome” será tema da CF 2023
É urgente tratarmos a questão da fome em nossa terra. O Brasil já tinha saído do “Mapa da Fome” em 2014, mas agora, com 33 milhões de habitantes passando fome, o que representa 15,5% da população, voltou a figurar entre os países que não garantem a comida necessária a seus filhos.
Como pode faltar comida num país que é o terceiro maior exportador de alimentos?
Ouçamos o que o Papa Francisco tem a dizer à América Latina:
“A primeira tarefa é pôr a economia ao serviço dos povos. Digamos NÃO a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia exclui. Uma economia verdadeiramente comunitária – poder-se-ia dizer, uma economia de inspiração cristã – deve garantir aos povos dignidade, prosperidade e civilização em seus múltiplos aspectos, e nos propõe, no contexto atual, buscar no ensinamento de Jesus a nova lógica, capaz de gerar uma nova economia que promova vida digna para todos.”
Sejamos solidários, pessoas que sabem repartir o que têm, como Francisco disse na Carta para o VI Dia Mundial dos Pobres, celebrado em 13/11/2022:
“Solidariedade é, precisamente, partilhar o pouco que temos com os nada têm, para que ninguém sofra. Quanto mais cresce o sentido de comunidade e comunhão como estilo de vida, tanto mais se desenvolve a solidariedade”.
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