Beata Pauline Jaricot, exemplo de uma vida de missão e oração

O mês de outubro se encerra hoje. Esse é o mês missionário, mês em que a Igreja Católica celebra, destaca e incentiva de forma mais ativa a missão na vida dos cristãos. Leia MaisMês Missionário: relembre reflexões e eventos Aparecida recebe Romaria da Obra dos Cenáculos Missionários

A Campanha Missionária 2022 trabalhou o lema bíblico “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8) e, na oração do mês missionário, lembramos da “bem-aventurada Pauline Jaricot”, que foi exemplo de uma cristã missionária.

Mas afinal, quem foi Pauline?

Pauline Marie Jaricot nasceu em 22 de julho de 1799, em Lyon, na França. Vinda de uma família considerada burguesa, já que seus pais comercializavam seda, Pauline teve uma vida boa e não passou por necessidades.

Em sua adolescência sofreu uma dura queda. Em seguida perdeu sua mãe, e tudo isso a fez passar por sofrimentos físicos, emocionais e espirituais. Foi neste período que ela teve uma experiência com Deus, por meio da Palavra e da Eucaristia.

Após a experiência, Pauline se consagrou na capela de Nossa Senhora de Fourvière, em Lyon, e como ação concreta de sua conversão, foi ao encontro dos pobres e enfermos, levando a Palavra de Deus, o cuidado e a oração.

Motivada por seu irmão que estava a caminho do sacerdócio e lhe falava sobre os missionários, Pauline começou a se interessar pelas missões e sentiu que sua vocação era ser uma missionária e anunciar o Evangelho.

Reprodução / Pontifícias Obras Missionárias

Uma vida de oração e missão

Em maio de 1822, aos 23 anos, Jaricot lançou as bases da fundação da Pontifícia Obra para a Propagação da Fé (POPF), buscando apoiar os missionários com o intuito de incentivar que cada doador se comprometesse a convencer outros dez doadores a apoiar financeiramente os missionários e, assim, criar uma corrente para fortalecer as ações.

Posteriormente, a POPF se tornou Pontifícias Obras Missionárias, que neste ano, completa 200 anos. Além disso, ela também fundou a Associação do Rosário Vivo e outro projeto para ajudar a classe trabalhadora pobre através da oração e da partilha.

Durante a revolta dos canuts e os problemas sociais e econômicos que abalaram a cidade de Lyon, na década de 1830, Pauline, atenta aos problemas sociais e as dificuldades dos povos, investiu sua fortuna e arrecadou fundos para montar uma fábrica modelo. Comprou uma antiga indústria e a relançou sob o nome de Nossa Senhora dos Anjos.

Infelizmente confiou a gestão da fábrica a empresários desonestos, que levaram a empresa à falência, fazendo com que Pauline também fosse prejudicada, terminando sua vida arruinada e na miséria. Ela tentou ajuda por toda a França para reembolsar os investidores do projeto.

Pauline morreu no dia 9 de janeiro de 1862 e, após 100 anos de sua morte, o Papa João XXIII assinou o decreto que proclamava as virtudes de Pauline Jaricot, declarando-a venerável.

Beata Pauline Jaricot

Em maio deste ano, a Igreja Católica celebrou a beatificação de Pauline Jaricot. Durante a celebração, o cardeal Luis Antonio Tagle, prefeito da Congregação para evangelização dos povos, disse:

“Paulina Jaricot era uma mulher que amava Jesus Cristo, deixando que Ele, a Palavra de Deus, viva, aja e ame nela e por ela. Vemos nela um testemunho vivo do poder do amor por Jesus, um amor que se identifica com Jesus”.

O milagre que lhe concedeu o título de beata foi a cura de uma criança de 3 anos, chamada Mayla, que engasgou ao se alimentar, sofreu com um sufocamento e, consequentemente, uma parada cardíaca, o que a deixou em coma. Os médicos alegaram que não tinha chances de sobreviver. Após uma corrente de oração e uma novena a Pauline Jaricot, os médicos atestaram a extraordinária recuperação da menina.

Em 2020, o Papa Francisco reconheceu o milagre realizado por Deus por intercessão da venerável Paulina Jaricot. Durante a celebração de sua beatificação, a própria Mayla, criança curada, que atualmente tem 13 anos, ficou encarregada de levar a relíquia do coração de Jaricot ao altar.

Reprodução / AFP or licensors

Oração pela canonização de Paulina Jaricot

"Senhor, Vós inspirastes a Paulina Maria Jaricot

a fundação da Obra da Propagação da Fé, a Organização do Rosário Vivo
e seu compromisso radical com o mundo operário.
Dignai-Vos agora apressar o dia em que a Igreja possa celebrar a santidade de sua vida.
Fazei que seu exemplo arraste muitos cristãos a entregar-se ao serviço da evangelização,
para que os homens e mulheres de hoje, em toda a terra,
descubram Vosso amor infinito manifestado em Jesus Cristo, Nosso Senhor,
que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.
Amém."