Igreja

Beato Augusto, o príncipe que se tornou Sacerdote

Após encontro com São João Bosco, jovem renunciou título de nobreza para se dedicar a vocação religiosa

Escrito por Alberto Andrade

02 AGO 2022 - 10H35 (Atualizada em 02 AGO 2022 - 12H04)

Reprodução Facebook

No dia 2 de agosto a Igreja celebra a memória do beato Augusto Czartoryski, polonês que escolheu ser Padre ao invés de continuar a viver como membro da nobreza.

Leia MaisRobério Santana de Lima, C.Ss.R. é ordenado Padre Padre brasileiro inicia atendimentos em português no Santuário de LourdesDe linhagem nobre, filho do Príncipe Ladislau e da Princesa Maria Amparo (filha da Rainha da Espanha Maria Cristina), Augusto nasceu durante o período em que a dinastia estava no exílio em território francês, e seu pai procurava restabelecer a unidade da sua pátria, mas os desígnios de Deus para o jovem eram outros.

Aos seis anos, Augusto perdeu a mãe, vítima da tuberculose, uma herança que transmitiu ao filho. Quando surgiram os primeiros sintomas da doença, começou para Augusto uma longa e forçada peregrinação em busca da sua recuperação.

No final da sua juventude, Augusto mostra-se um rapaz bom e reflexivo. Intimamente ligado à sua amada Polónia, porém, a vida da corte nunca o atraiu. A ação da graça na sua alma levou-o a distanciar-se dos bens terrenos e conduzi-o para uma vida espiritual. Aos 20 anos, escreveu ao seu pai que estava cansado da vida mundana, sobretudo das festas e banquetes.

Nesta época, duas pessoas foram instrumentos de Deus para que Augusto ouvisse o chamado para sua verdadeira vocação: São Rafael Kalinowski, que foi seu tutor e durante três anos o guiou não somente nos estudos, mas também no discernimento vocacional e principalmente Dom Bosco, onde Augusto viu modelo de santidade e reforçou sua vocação à vida religiosa como salesiano.

Reprodução - Internet
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Dom Bosco foi o ponto de referência para o discernimento vocacional do jovem.
O Padre fundador sempre teve uma atitude de grande cautela quanto à aceitação do príncipe na Congregação. Então, simplesmente, o Papa Leão XIII fez questão de esclarecer pessoalmente qualquer dúvida. Conhecida a vontade de Augusto, o Papa concluiu: “Diga a Dom Bosco que é da vontade do Papa que ele o receba entre os Salesianos”. “Pois bem, meu caro– respondeu Dom Bosco imediatamente: “eu o aceito”. “A partir de agora, o senhor faz parte da nossa Sociedade e desejo que a ela pertença até a morte”.

Assim, renunciando a todos os seus direitos em favor dos irmãos, no dia 24 de Novembro de 1887 recebeu o hábito talar na Basílica de Maria Auxiliadora, das mãos de Dom Bosco, que faleceria dois meses depois.

Após os estudos de Teologia, completados com grande dificuldade por causa do estado precário da sua saúde e da contrariedade dos familiares e sobretudo do seu pai , Augusto recebeu a ordenação sacerdotal a 2 de Abril de 1892, ocasião esta em que houve uma reconciliação familiar. Contudo, a sua vida presbiteral só duraria um ano. De fato, faleceu em 8 de abril de 1893, depois de cinco anos de vida salesiana.

Na lembrança da primeira Missa que celebrou, estava escrito um trecho do Salmo 83:

“Para mim, um dia em vossos átrios vale mais que milhares fora deles. Felizes os que habitam em vossa casa, Senhor: aí eles vos louvam para sempre”.

Seus restos mortais foram transportados para a Polônia e enterrados na cripta paroquial de Sieniawa, ao lado dos túmulos de sua família, onde um dia Augusto tinha feito sua primeira comunhão. Foi beatificado por são João Paulo II em 25 de abril de 2004.


Padre Camilo fala a respeito da caminhada para a vida religiosa


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