Para celebrar o Dia do Teólogo, o portal A12 traz a experiência do Arcebispo Emérito de Aparecida, o Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, que compartilhou um pouco de suas impressões sobre a trajetória do Papa Bento XVI como professor de Teologia.
Leia MaisPapa afirma que teologia deve interpretar o Evangelho no mundo de hojeConhecidos de longa data, Bento XVI e Dom Raymundo estiveram juntos inúmeras vezes ao longo das últimas cinco décadas. Por isso, generosamente, Dom Raymundo partilha com todos nós algumas virtudes do Papa Emérito e características observadas de um tempo quando ele ainda era conhecido como Joseph Ratzinger, professor de Teologia, assessor de cardeais, Cardeal, Prefeito para Congregação da Doutrina da Fé, até se tornar Papa.
De acordo com Dom Damasceno, o Papa Bento XVI é um intelectual e a contribuição que deixou para a Igreja pode ser distinguida em dois momentos diferentes: num primeiro momento, como o teólogo Ratzinger e, em outro, como o Papa Bento XVI.
Joseph Ratzinger (1927–2022) foi um grande professor de Teologia em várias universidades da Alemanha e, nesse período, deixou muitas e importantes obras escritas. Mais adiante, sua contribuição foi como Prefeito para Congregação da Doutrina da Fé, onde atuou brilhantemente e também deixou uma grande quantidade de obras.
Neste mesmo período em que esteve na “Doutrina da Fé”, foi um assessor muito especial para o Papa João Paulo II.
“Poderíamos dizer que ele foi o braço direito de João Paulo II. Várias vezes ele quis renunciar de sua função de prefeito, mas o Papa João Paulo II nunca o permitiu, de modo que ele teve de ficar praticamente até o fim do pontificado de seu antecessor ocupando este cargo e, logo em seguida, se tornou Papa”.
Dom Damasceno destaca suas principais contribuições como Papa:
Homilias;
Sabias catequeses nas audiências gerais;
Encíclicas.
Na avaliação de Dom Damasceno, é preciso tornar conhecida esta obra e divulgá-la. Para tal finalidade, aqui no Brasil foi criada a Sociedade Ratzinger Brasil, com o intuito de promover o conhecimento da obra teológica, tanto dele enquanto cardeal, quanto como Papa.
Ele explica que o trabalho é imenso e há muito o que fazer ainda. “Primeiro é preciso traduzir toda a obra, que é imensa, com cerca de 25 volumes. A sociedade começou os trabalhos primeiro pela parte de liturgia. O Papa Emérito tem uma obra imensa; o legado que ele deixa para a Igreja é maravilhoso, é riquíssimo. Certamente, será objeto de muitas pesquisas, muitas teses de doutorado, de mestrado e estudos nas universidades. Poucos papas vão deixar, se é que deixarão, uma obra tão vasta em termos de uma literatura teológica”, afirma.
Dom Raymundo Damasceno também explica que Bento XVI começou a ter fama como um bom teólogo ainda muito jovem, na época do Concílio Vaticano II, em que Joseph Ratzinger era assessor de um cardeal e Dom Damasceno um estudante. Inclusive, foi nesta época em que eles se conheceram.
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Veja abaixo a íntegra da entrevista com Dom Damasceno, realizada em 2019
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