Campanha da Fraternidade: Ecologia de novo?

Muitas pessoas se surpreendem ao ver que o tema da Campanha da Fraternidade (CF) de 2017 se parece muito com o do ano passado. E, por isso, reclamam, “mas, de novo? ” E a resposta é: sim! A campanha deste ano vai abordar um tema ecológico mais uma vez, e com o acréscimo de nos chamar a refletir sobre a defesa da vida.

Foto: shutterstock.com

A novidade da Campanha da Fraternidade deste ano está no convite a pensarmos a partir da realidade do bioma em que vivemos. Aqui no Brasil central, onde eu moro, por exemplo, pensar a partir do cerrado. Quando pegamos a estrada e admiramos a paisagem, podemos nos iludir com o verde da pastagem, ou com as grandes extensões de terra ocupadas com o cultivo da agricultura. Só não podemos esquecer que para que tudo isso exista hoje, foi retirada uma vegetação original antes, e essa mudança tem consequências graves.

Eis um exemplo destas consequências para nós, aqui do Brasil central: as longas estiagens que estamos vivendo, com o ciclo irregular de chuvas que caem cada vez mais fortes, mas que ainda assim não parecem ser capazes de repor o nível dos reservatórios de água, que continuamos a consumir sem dó. Ainda nem saímos do período chuvoso, e o Distrito Federal já vive racionamento de água – o primeiro de sua história.

:: Oração da Campanha da Fraternidade 2017

:: Campanha da Fraternidade 2017 tem o desafio de despertar a consciência coletiva

:: + de CF 2017

A questão é urgente e está muito perto de nós. Ainda assim, a maior parte das pessoas ainda não parece estar consciente de que precisamos fazer algo, e que isso exige mudanças em nossos hábitos. Não dá mais para esperar que o outro mude: é preciso que cada um faça a sua parte.

Por isso, vamos mais uma vez nesta Quaresma trabalhar uma reflexão ecológica, que envolve o meio ambiente em que vivemos com diversos outros seres vivos, e com os quais devemos viver em harmonia. Como diz o Papa Francisco na Laudato Si: “A pessoa humana cresce, amadurece e santifica-se tanto mais, quanto mais se relaciona, sai de si mesma para viver em comunhão com Deus, com os outros e com todas as criaturas”.