Igreja

Carmelitas francesas serão canonizadas a partir do seu martírio

Além das religiosas, a Igreja terá dois novos beatos e três veneráveis

Escrito por Redação A12

18 DEZ 2024 - 16H20

Reprodução - Le Parisien

Após reunião nesta quarta-feira (18) com o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, o Santo Padre aprovou o que foi votado Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos, e por decreto serão canonizadas Maria Madalena Claudia Lidoine, e 15 companheiras da Ordem das Carmelitas Descalças de Compiègne, mártires mortas durante a Revolução Francesa, em 17 de julho de 1794.

Leia MaisVenerável Padre Vítor Coelho, o evangelizador das geraçõesO processo ocorrido com as Carmelitas se chama Canonização Equipolente, ou seja, sem a necessidade da comprovação de milagres, assim como você confere aqui neste material da Academia Marial sobre a canonização do Padre José de Anchieta, mas com três requisitos obrigatórios: a prova de constância e antiguidade do culto ao candidato a santo, o atestado incontestável da fé católica e virtudes e a amplitude de sua devoção.

No ponto mais grave da Revolução, membros do Comitê de Saúde Pública local foram à Comunidade de Compiègne para induzir as religiosas a abandonar a vida religiosa. Elas se recusaram, e quando os episódios de violência aumentaram, inspiradas pela Irmã Teresa todas se ofereceram ao Senhor como um sacrifício para que a Igreja e o Estado pudessem encontrar a paz.

Expulsas do mosteiro e obrigadas a usar roupas civis, as carmelitas mantiveram sua vida de oração e penitência, mesmo separadas em grupos espalhados por diferentes áreas. Sob a liderança da superiora, permaneceram unidas por correspondência, mostrando resiliência e devoção.

Descobertas e denunciadas, elas foram capturadas em 24 de junho de 1794, transferidas para Paris e encarceradas na temida prisão da Conciergerie. Lá, dividiram espaço com inúmeros sacerdotes e religiosos também condenados à morte durante a Revolução Francesa. Mesmo na prisão, as mulheres foram exemplo de coragem e fé. Em 17 de julho, um dia após celebrarem com cânticos a festa de Nossa Senhora do Carmo, as 16 carmelitas foram julgadas e condenadas à guilhotina sob a acusação de "fanatismo" devido à sua fervorosa devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.

Esse martírio tornou-se símbolo de amor incondicional à fé e coragem frente à adversidade, ecoando até os dias de hoje como um testemunho inspirador. Elas foram beatificadas na Basílica de São Pedro por São Pio X em 27 de maio de 1906.

Reprodução - Scala News
Reprodução - Scala News


Novos beatos e veneráveis

Durante a mesma audiência, Francisco também autorizou o Dicastério a promulgar o decreto relativo ao martírio do servo de Deus Eduardo Profittlich, da Companhia de Jesus, falecido em fevereiro de 1942, em decorrência ao sofrimento sofrido na prisão em Kirov, na Rússia. Em 1941, durante a invasão soviética na Estônia, ele foi preso e submetido a várias torturas, às quais respondeu declarando que a sua única missão tinha sido destinada à educação religiosa dos fiéis que lhe foram confiados.

Outro novo beato é Elia Comini, sacerdote salesiano, assassinado em outubro de 1944, em Pioppe di Salvaro, na Itália. Quando soldados nazistas se espalharam pela zona de Monte Sole, o Padre Comini prestou ajuda à população, enterrando os mortos e escondendo pessoas numa sala dentro da sacristia. Acusado por um informante de ser espião dos guerrilheiros, por celebrar uma missa para eles, foi preso e obrigado a transportar munições.

Servos de Deus se tornaram Veneráveis: Áron Márton lutou na Primeira Guerra Mundial antes de se tornar sacerdote, dedicando-se também ao ensino e dedicou seu ministério para fortalecer os laços entre o clero, dividido pela guerra e pelo ódio racial. O padre se posicionou abertamente contra as leis raciais nazistas e cuidou de refugiados, exilados e judeus.

Giuseppe Maria Leone fez sua profissão religiosa na Congregação do Santíssimo Redentor em 1851. Tornou-se pregador, diretor espiritual e confessor, mantendo-se próximo das famílias afetadas pela epidemia de cólera que se espalhou pela população em 1867, contribuindo significativamente para a renovação da vida religiosa e também para o crescimento espiritual dos fiéis leigos. De saúde muito debilitada, seu estado piorou no início de 1902 e ele faleceu poucos meses depois, aos 73 anos.

O leigo consagrado Pietro Goursat desenvolveu intensa atividade no meio cultural francês e, ao se reaproximar do pai, desenvolveu um interesse crescente pelos pobres e pelas pessoas com dificuldades físicas e mentais. Organizou alguns grupos de oração que chamou de “Emanuel” no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, que ficou aos cuidados da sua comunidade, que o tornou um importante centro de espiritualidade. Depois de sofrer um infarto, em 1985, decidiu retirar-se do governo da Comunidade, passando a última parte de sua vida escondido e em oração, numa atitude de confiante abandono a Deus.

Padre Rodrigo Arnoso explica sobre os processos de beatificação e canonização

Fonte: Vatican News

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