Sendo o Brasil um país de maioria católica, muitos costumes de nosso povo estão intimamente ligados às práticas religiosas, desde a alimentação até a decoração das casas e locais de trabalho. Nesses ambientes, é bastante comum haver um cantinho dedicado aos momentos de oração, onde são montados pequenos altares ou oratórios.
Desde a Idade Média, as pessoas já tinham esse costume de montar oratórios, pois os religiosos sempre carregavam consigo alguns objetos sagrados em sua forma portátil para os locais onde faziam pregações.
Entretanto, a popularidade dessa prática sofreu variações ao longo da história. Inclusive, na cidade de Ouro Preto (MG) existe o Museu do Oratório, no local onde havia um antigo convento carmelita, onde estão expostos belíssimos exemplares de oratórios do Brasil Colonial, período em que essa prática teve início no Brasil.
Contudo, por algum tempo essa prática ficou relegada à população mais humilde e que vive mais distante dos grandes centros urbanos. Porém, nos últimos anos, com a crescente pressão e agitação da vida nas grandes cidades, muitas pessoas têm buscado se reconectar com a religião, como forma de alcançar paz interior e consolo nos momentos de dificuldade.
É claro que, como acreditamos na Onipresença, Onisciência e Onipotência divinas, sabemos que Ele está conosco em todos os momentos, mas é importante separarmos algum momento do nosso dia para, intencionalmente, entrarmos nessa sintonia com Aquele que habita em nós.
No espaço dedicado às orações, que pode ser, em geral, posto num canto da sala, no quarto ou próximo à mesa de jantar, geralmente são colocadas imagens ou estampas de santos de devoção, a Bíblia, fotos de pessoas queridas já falecidas, velas, flores e terços.
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Cada elemento desses possui um significado especial e requer também alguns cuidados. Confira:
1. Mesa: A primeira referência à mesa do altar que encontramos na Bíblia está já no livro do Gênesis 8,20. Desde aquele tempo, já se ofereciam sacrifícios a Deus (ou aos deuses) sobre uma mesa, assim como até hoje o fazemos na celebração eucarística. Porém, para nós hoje, o próprio Cristo é, ao mesmo tempo, o sacerdote, o altar e a vítima do sacrifício, porque com Ele e N´Ele se apoia e se realiza o sacrifício redentor. Por isso, quando estamos em oração geralmente estamos diante da mesa, seja na Eucaristia, nas refeições ou nos oratórios.
2. Imagens ou estampas de santos: A vida dos santos e a beleza de seus exemplos nos remetem ao Mistério de Amor no qual sempre estiveram inseridos e no qual foram criados, convidando-nos a viver nesta mesma comunhão. As imagens, dos santos ou de Jesus que possuímos estão no âmbito da representação. Elas não são Deus, mas nos ajudam, pelo universo dos símbolos, a nos recordar do grande amor de Deus comunicado a nós.
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3. Fotos de pessoas queridas: Assim como as imagens e estampas de santos, as fotos de pessoas queridas, que já partiram para a eternidade, servem para nos lembrar da importância que tiveram em vida, de seus exemplos e recordações. Também pelas fotos, podemos nos lembrar de inclui-las em nossas orações, por gratidão, saudade e pela nossa fé na Ressurreição.
4. Bíblia: Sendo a Bíblia o meio através do qual o próprio Deus fala conosco, a leitura orante da Bíblia é um modo de refletirmos a Palavra de Deus que nos permite meditar, refletir e rezar ao mesmo tempo. Essa prática, existente desde o início da Igreja, está estruturada em quatro passos fundamentais: leitura, meditação, oração e contemplação. Por isso, a Bíblia é um dos elementos mais importantes dos nossos momentos de oração e intimidade com o Senhor.
5. Vela: A vela é um objeto que marca a vida do católico desde o início até o fim. É símbolo da Luz do Cristo Ressuscitado, revelada a nós em nosso Batismo, e é também para onde devemos partir ao final de nossa vida na Terra. Em nossos momentos de oração, além de contribuir para “criar o clima” de introspecção, a luz conserva esse mesmo significado, de nos manter com os olhos fixos na Luz de Cristo.
Atenção! Evite posicioná-la próximo a cortinas, objetos em madeira ou quaisquer outros objetos que possam pegar fogo. Se possível, use castiçais ou candelabros com proteção para evitar acidentes.
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6. Flores: A oferta de flores também é um costume muito antigo, que vem desde a Idade Média. Os vassalos tinham o costume de oferecer coroas de flores a seus soberanos, em sinal de submissão e de respeito. Os cristãos adotaram este uso em honra da Mãe de Jesus, oferecendo-lhe rosas em sua homenagem e respeito. Vem desse costume também a origem da oração do Rosário, com a prática da recitação da Ave-Maria como expressão da piedade mariana.
7. Terço: Como dizia São João Maria Vianney, o Terço é uma “arma” poderosa e uma prática muito popular no Brasil. Por seu caráter devocional, é um objeto que favorece uma íntima conexão com Nossa Senhora e com a vida de Jesus, que refletimos em cada mistério rezado. Também por meio da oração do Terço, expressamos nossas devoções particulares aos santos, nas invocações e jaculatórias.
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