Igreja

Como os papas lidaram com a questão do meio ambiente?

Nas últimas seis décadas, líderes da Igreja Católica incentivaram ações para que cada cristão possa preservar nossa casa comum

Escrito por Redação A12

05 JUN 2023 - 15H30 (Atualizada em 05 JUN 2024 - 12H13)

Vatican Media

Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira (5) celebramos o Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente, pois, no mesmo dia, em 5 de junho de 1972, aconteceu a primeira Conferência Mundial sobre o tema em Estocolmo, capital da Suécia.

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Nas últimas décadas, a preocupação com a preservação dos recursos naturais aumentou devido aos avanços da poluição industrial, excesso de consumo destes recursos e principalmente pelos constantes desmatamentos e queimadas, principalmente na Floresta Amazônica.

Por isso, a Igreja Católica entrou de uma vez por todas como um dos protagonistas para debater e refletir sobre os graves problemas ambientais que o planeta está sofrendo, e a cada pontificado na história, os Papas deram a sua contribuição para que cada um de nós faça nossa parte pelo cuidado com nossa Casa Comum.

Reprodução/ Wikipedia
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São João XXIII

Em outubro de 1962, Angelo Roncalli, como bispo de Roma, demonstrou preocupação a respeito do uso dos recursos naturais no planeta.

O Paraíso sobre a terra é o uso moderado e prudente das coisas belas e boas, que a Providência espalhou pelo mundo, sem ser exclusivas a ninguém e úteis a todos. (…) 

Paz na concórdia, na mútua comunicação, de um lado a outro do mundo, das imensas riquezas de várias ordens e natureza que Deus confiou ao intelecto, à vontade, às investigações dos homens, a fim de que a justa repartição marque a prevalência dos princípios de sociabilidade que são de Deus e a Deus regressam”.

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São Paulo VI

Na Carta Apostólica Octogesima Adveniens, de maio de 1971, o Santo Padre também alertava sobre o exagero em explorar os bens naturais para interesses próprios.

“De um momento para outro, o homem toma consciência dela: por motivo da exploração inconsiderada da natureza, começa a correr o risco de destruí-la e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação.

Não só já o ambiente material se torna uma ameaça permanente, poluições e lixo, novas doenças, poder destruidor absoluto; é mesmo o quadro humano que o homem não consegue dominar, criando assim, para o dia de amanhã, um ambiente global, que poderá se tornar insuportável”.

Vatican Media
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São João Paulo II

O santo polonês durante seu pontificado enfatizou que a mesma tecnologia e modernidade que poluí a natureza, pode despoluí-la, para que assim prevaleça o respeito pela vida e a dignidade do ser humano.

“Mas o equilíbrio do ecossistema e a defesa da salubridade do ambiente têm necessidade precisamente da responsabilidade do homem e de uma responsabilidade que deve estar aberta às novas formas de solidariedade.

É preciso uma solidariedade aberta e compreensiva para com todos os homens e todos os povos, uma solidariedade fundada sobre o respeito da vida e sobre a promoção de recursos suficientes para os mais pobres e para as gerações futuras, disse o Santo Padre.

M.Mazur
M.Mazur


Bento XVI

De muitas vezes que discursou sobre a questão ambiental, Joseph Ratzinger era conhecido como o “Papa Verde”, pois até mesmo em ações no seu pontificado, fez questão de praticar a sustentabilidade.

Bento XVI conseguiu tornar a sede da Igreja livre de emissões de carbono e pediu a instalação de sistemas de energia solar, transformando o Vaticano no Estado mais verde do mundo.

Até o seu Papamóvel entrou na onda ecologicamente correta, o carro do papa emérito era híbrido e seguido por batedores que conduziam dois veículos elétricos.

Referi-me várias vezes a estas questões na minha última encíclica Caritas in veritate, não apenas nas relações entre os países, mas também entre os homens individualmente, porque o ambiente natural é oferecido por Deus a todos, e o seu uso comporta uma nossa responsabilidade pessoal por toda a humanidade, de modo particular pelos pobres e as gerações futuras”, disse o Papa numa Audiência Geral em agosto de 2009.


Salma Bashir Motiwala/ Shutterstock
Salma Bashir Motiwala/ Shutterstock

Francisco

O atual líder da Igreja Católica seguiu os passos de Bento XVI ao sempre abordar a preservação do meio ambiente.

Em 2015, Francisco lançou a Laudato Si, Carta Encíclica onde pede atenção com a nossa Casa Comum, ou seja, a nossa Terra, a natureza e todo o bem que ela nos proporciona. 

“A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que geme e sofre as dores do parto”, disse o Sumo Pontífice.

No dia 4 de outubro de 2023, Papa Francisco publicou a Exortação “Laudate Deum”, uma continuação da Laudato Si’. O documento cobra respostas sobre as crises climáticas e comenta sobre a irresponsabilidade de empresas que buscam o enriquecimento, mas esquecem dos impactos ao meio ambiente.


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Fonte: Vatican News

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