Neste Tempo Quaresmal somos chamados a viver com mais intensidade a prática da caridade, bem como a oração e o jejum. No entanto, vamos nos ater aqui à caridade, que pode ser exercida por meio das obras de misericórdia. Leia MaisFrancisco cita Santo Estevão como exemplo de anúncio e caridade5 fatos que comprovam a caridade de Maria
Essas obras nos auxiliam a termos um olhar voltado ao próximo e reconhecer nos mais necessitados o próprio Cristo Jesus.
Santa Faustina Kowalska, conhecida em todo o mundo como “Apóstola da Divina Misericórdia”, descreveu em seu diário no parágrafo 1242 grande intimidade com Deus, através de suas atitudes:
“Ó, meu Jesus, cada um de Vossos santos reflete em si uma das Vossas virtudes; eu desejo refletir o Vosso Coração compassivo e cheio de misericórdia, quero glorificá-Lo. Que a Vossa misericórdia, Ó Jesus, fique gravada no meu coração e na minha alma como um selo, e isto será a minha distinção nesta e na outra vida”.
Desta forma, listamos para você como podemos praticar as obras de Misericórdia Corporais em nossas vidas. Confira!
1. Dar de comer a que tem fome
Disse Jesus: “Eu estava com fome e vocês me deram de comer.” (Mt 25,35).
Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco tem advertido enfaticamente que o desperdício é ofensa a Deus criador, que confiou ao ser humano o cuidado da casa comum.
Na encíclica “Laudato si”, ele ressalta que “aproximadamente um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado” e afirma que “a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre”.
E outro ponto importante é destacar movimentos que nossa Igreja faz de forma voluntária, apenas com interesse em dar mais vida, esperança e principalmente dignidade a pessoas que normalmente não têm condições de realizar suas refeições diárias.
2. Dar de beber a quem tem sede
Jesus disse: “Quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.” (Mt 10,42)
Aqui existe a preocupação da Igreja em sermos caridosos com pessoas próximas a nós, seja alguém que faça um serviço em sua casa, um morador de rua, um carteiro que anda o dia inteiro, de nós termos esta iniciativa em oferecer um simples copo de água, como também evitar desperdiçar esse recurso tão importante.
Neste post do A12, você tem algumas dicas importantes para o uso consciente da água.
3. Dar pousada aos peregrinos
Hoje em dia, existem instituições cristãs cuja missão é acolher os mais necessitados que não têm ao menos onde dormir, principalmente os refugiados.
E que possamos pedir a Deus, que por necessidade, possamos exercer a caridade em indicar algum desses locais ou mesmo recebermos alguém em nossa casa, não por pura hospitalidade, de amizade ou família, mas por alguma verdadeira necessidade.
4. Vestir os nus
A carta de São Tiago propõe-nos sermos generosos:
“Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: «Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará?” (Tg 2, 15-16).
5. Visitar os enfermos
Após dois anos de pandemia, precisamos valorizar ainda mais o trabalho de médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório, auxiliares e cuidadores dos enfermos que precisaram doar 100% do seu tempo e dos seus conhecimentos para salvar vidas.
Dom João Bosco Óliver de Faria, Arcebispo Emérito de Diamantina (MG) enfatiza a missão da Pastoral da Saúde, onde em cada comunidade no Brasil, é feito um trabalho não somente médico, mas principalmente acolhedor e evangelizador aos nossos enfermos.
“Todos estes, sem distinção, precisam ter ao seu alcance condições para que possam reestabelecer sua saúde nos momentos de maior necessidade. Um cuidado integral, humano e digno, tanto em grandes centros urbanos como em meio à floresta Amazônica. É isso que nos move diariamente”, concluiu.
6. Visitar os presos
A visita não consiste apenas a prestar não só ajuda material, mas também assistência espiritual que lhes sirva para melhorar como pessoas, aprender a desenvolver um trabalho que lhes possa ser útil quando terminarem o tempo que lhes foi imposto pela justiça.
Quem realiza esse trabalho com misericórdia é a Pastoral Carcerária, que há 51 anos no Brasil trabalha junto às pessoas presas e suas famílias, com diversas ações como evangelização e promoção da dignidade humana, luta pelo fim da política de encarceramento em massa no País.
7. Enterrar os mortos
“Tobit com uma solicitude toda particular, sepultava os defuntos e os que tinham sido mortos.” (Tb 1, 20).
A Igreja nos orienta também a viver o processo do luto. Por mais que haja sofrimento, não viver o luto, fugir dele, tende a trazer mais dificuldades futuras, enquanto passar por ele pode nos ajudar a encontrar um sentido para o sofrimento e, posteriormente, crescer e amadurecer com essa situação.
No Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2300 é dito que:
“Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e esperança da ressurreição. Enterrar os mortos é uma obra de misericórdia corporal que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo.”
As Obras de Misericórdia nos tornam mais parecidos com Jesus, nosso modelo, que nos ensinou como deve ser a nossa atitude para com os outros. Seguindo este ensinamento do Senhor trocamos os bens temporais pelos eternos, que são os que valem de verdade.
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