Os jornalistas falam na TV que 2016 foi um ano maior do que ele mesmo. Realmente, constatamos que tanta coisa aconteceu, que mais parece que vivemos uma década em apenas um ano. O pior é a descrença desta retrospectiva, que muitas vezes ressalta tudo o que ocorreu de ruim, esquecendo as graças e bênçãos que, certamente, sempre nos acompanham.
Mas não podemos negar que o ano termina com a balança pendendo para o negativo. Para quem tem fé, isso não pode nos fazer pensar que tudo está ruim e que vai piorar, ao contrário: deve nos fazer buscar viver a esperança no cotidiano da vida. E encontramos esta esperança exatamente no mistério que marca as festas de fim de ano: a celebração do Natal. “O Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14): em meio às angústias e dificuldades, a resposta de Deus é a sua encarnação em nossa realidade.
Quando contemplamos o presépio, vemos Deus nascendo como nós, pequeno, frágil, e especialmente, pobre, enfrentando as mesmas dores e dificuldades que nós enfrentamos ao longo de toda a nossa existência. A diferença está nas respostas que Ele, humano como nós, apresentou para as dificuldades que enfrentamos ao longo da vida.
Diante da pobreza e da injusta distribuição das riquezas, que contemplou com os próprios olhos, Jesus foi claro: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13a). A sua disposição para o diálogo com quem vive uma fé diferente, como no encontro com a Samaritana, surpreendeu os seus discípulos (Jo 4,5-30). A honestidade e a misericórdia no julgamento que acolhe o fraco e restaura a sua dignidade, como no encontro com a mulher adultera, calou toda uma assembleia (Jo 8,1-11).
São as atitudes d’Ele que devem nos encher de esperança para que possamos construir, para além da celebração festiva do Natal, um mundo mais justo e fraterno. Contemplar o Menino de Belém deve nos fazer encher o coração de ternura e coragem, para que possamos oferecer uma resposta de fé diante dos desafios do dia a dia e de todas as crises que podem nos fazer sofrer e decepcionar.
“Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2,14). Que possamos entoar esse cântico de louvor, promovendo a paz a partir de nossas atitudes no cotidiano da vida. Este é o meu desejo para enfrentarmos com fé o difícil ano que está chegando.
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